4 de dezembro, Dia da Propaganda: Que tal “propagarmos” coisas boas?

Foto: Imagem ilustrativa / Freepik

Por: Ana Kelly Borba da Silva Brustolin

06/12/2023 - 16:12

Comentam comigo, frequentemente, em meio a um bate papo informal, ou em algum curso ou palestra o qual ministro, que “os jovens de hoje não leem”. Mas, felizmente, no meu convívio, essa afirmação não corresponde à realidade.

Sim, os jovens estão lendo quando lhes damos condições de que isto ocorra. Antônia Merigo Wilbert, minha jovem aluna de 17 anos, além de leitora está exercitando a escrita durante as aulas de produção textual. Em um de nossos encontros, Antônia me aparece com um texto intitulado “A verdadeira essência do ser humano”. A reflexão feita pela aluna merece a vossa leitura!

Cumpre enfatizar que nem todas as famílias têm formação para iniciar os filhos na leitura, bem como muitas famílias não têm condições financeiras de dar livros aos filhos. Todavia, acredito que todos os governos podem e devem criar possibilidades a fim de que a educação, a leitura e a escrita se tornem uma riqueza não só dos jovens, como do país.

A verdadeira essência do ser humano
Por Antônia Merigo Wilbert

William Rusk, um dos homens mais ricos do mundo, foi o criador do carro movido a vento e hoje reside em sua cobertura super high tech. Toda a sua rotina envolve algum aparelho eletrônico, robô aspirador, máquina de fazer café da manhã, privada automática, entre outros. Rusk tinha uma vida totalmente regrada, até que um dia aconteceu algo diferente…

Tokio, seis e cinquenta e cinco da manhã. William se levanta, liga o aspirador robô e vai até o banheiro escovar os dentes com sua escova elétrica. Programa a máquina para deixar o café pronto em uma hora – tempo de correr na esteira. Geralmente, corre enquanto assiste à televisão, mas, neste dia, ela estava com problema, logo, ele se irritou.

Acabou por praticar a atividade física sem assistir a nada. Nesse tempo, refletiu sobre sua vida e sua rotina… E terminou deprimido. No fim das contas, não era ninguém, nada além de seu trabalho. Pensou na antiguidade, como tudo era mais simples… As tecnologias estavam lá, entretanto não eram as personagens principais da vida das pessoas. Assim, a partir daquele momento, decidiu entrar em uma jornada para descobrir quem realmente era.

O bilionário decidiu procurar saber mais a respeito do modo de vida de seus antepassados. E foi naquele momento que ele percebeu onde tinha se perdido de sua essência: À medida que as tecnologias iam evoluindo, o ser humano e suas habilidades iam ficando em segundo plano, mas os robôs não têm uma habilidade crucial para a vida, isto é, o fator humano.

Depois desse ocorrido, passou a valorizar mais o essencial ao material. Passou mais tempo de qualidade rodeado de boas companhias, se aventurou no artesanato e na cozinha, experimentou correr na rua e cultivar plantas alimentícias. E, portanto, se aproximou da sua verdadeira essência (humana).

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Ana Kelly Borba da Silva Brustolin

Doutoranda em Linguística pela UFSC, atua como professora de Língua Portuguesa e Redação e escritora, membro da Academia Desterrense de Literatura, ocupante da cadeira 6. É autora de livros e artigos na área da Língua Portuguesa, Literatura e Educação.