A felicidade dura 15 segundos… Será? Psicólogos americanos (sempre eles) estudaram longamente a felicidade e lavraram essa sentença: nossos momentos felizes durante o dia duram, em média, 15 segundos. E por que duram tão pouco? Porque não conseguimos segurar por mais tempo um pensamento bom. E você sabe que felicidade não passa de “pensamentos”. Assim como pensamos, somos; assim como pensamos, vivemos.
E parece que os psicólogos têm razão. Nossos pensamentos são de fato muito fugidios, não ficam quietos. Estamos pensando numa coisa agradável e logo em seguinda, metendo-se por debaixo dos panos, vem um pensamento estraga-prazer. Quando celebramos uma vitória, não raro, em seguida vem o medo de perder o que acabamos de ganhar ou.., Ou qualquer pensamento enjoado que nos põe tudo a perder.
Mas os tais psicólogos americanos também dizem que isso é muito bom, isto é, que os pensamentos de satisfação, sinônimo de felicidade, devem mesmo ser interrompidos. Para que sejam valorizados. De outro modo, a felicidade deixaria de ser felicidade para se tornar rotina, enjoativa rotina.
Digamos que você, por exemplo, sinta-se bem com uma blusa nova, um sapato novo, quem não, afinal? Só que se todos os dias você comprar uma blusa nova e eu um sapato novo, que graça teria isso lá pelas tantas? Daí a razão de os nossos bons pensamentos serem invadidos pelos intrometidos maus pensamentos. Dessa invasão de território resulta a consciência dos bons momentos, da felicidade, enfim. Somos muito chatos, pois não? Há quem diga que não, que tem que ser assim.
Aliás, dizendo isso, lembro-me de Mário Quintana, o poeta gaúcho com quem convivi nos corredores da Companhia Jornalística Caldas Júnior em Porto Alegre. De uma feita, perguntado como ele imaginava o inferno, o poeta respondeu sem piscar: “O inferno deve ser um fim de semana sem fim”. Não é uma bela resposta? Agora me diga, você não suspira por um fim de semana ou por um feriadão? Imagine, todavia, a sua vida sendo um interminável fim de semana ou feriadão. Jesus, melhor seria se jogar da ponte… É isso, se a felicidade fosse mais duradoura deixaria de ser felicidade, seria rotina. Um enfado. A vida é sábia…
LEIA A COLUNA COMPLETA NA VERSÃO DIGITAL DO JORNAL O CORREIO DO POVO