Não vou falar de futebol, a leitora pode ficar tranquila. Vou falar de crenças, mas antes preciso dar umas voltas em torno de um nome histórico do nosso futebol, Zagallo. Zagallo foi um exemplo em tudo o que fez dentro dos gramados, ético e aplicado, leal como colega, ousado como treinador e pessoa agradável e educada. Zagallo morreu semana passada, 92 anos. Zagallo passou muitos anos nos gramados da vida energizado pela crença no número 13, seu número de sorte. Andava na contramão, porque para a maioria o 13 dá azar. Zagallo casou num dia 13, janeiro de 1955, ficou 57 anos casado com a mesma mulher, amor puro. Zagallo vestia a camisa 13 no futebol, o 13 da sorte para ele. Para ele? Sim, porque para muitos o número 13 dá azar. E era aqui que eu queria chegar. Nada na vida nos dá sorte ou azar senão o caráter. Mesmo que a pessoa tenha percalços severos, sofra muito na vida isso não será o resultado de um objeto ou de um número a lhe produzir uma vida sofrida, salvo… Salvo se a pessoa puser todo o seu credo sobre isto ou aquilo, nesse caso vamos esbarrar outra vez na cansativa verdade grega, aquela do – Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê. São os nossos credos que nos dão “sorte ou azar”. Tudo em nossa vida resulta das nossas ações no que acreditamos possível ou impossível. Cansei de ver jogadores de futebol entrando em campo com o pé direito, abaixando-se para tocar a grama e fazendo o sinal da cruz. Muitíssimos desses nunca ganharam um título e outros tantos saíram de campo com a perna quebrada. O rito quando é só um rito não produz resultado, quando é fé, mas fé pétrea, ah, aí a possibilidade da “sorte” é bem maior. Crer pode ser um bom negócio, crer pode ser o pior dos negócios, tudo vai depender do objeto do credo e de como a pessoa o vive. Sorte ou azar nunca vem de fora, vem de nossas entranhas, tanto do modo consciente de pensar quanto, mais ainda, do modo subconsciente. Qual é o meu número de sorte? O que me fizer ganhar na loteria… Mas só poderei ganhar se “apostar”, isto é, se fizer a minha parte…
MULHERES
Manchete do site MSN – “Mulher recebe pena de 74 chibatadas no Irã por não cobrir a cabeça”. E quem lhe deu a sentença, quem? E aqui entre nós, passo pelo canal TV Canção Nova e mostravam uma missa. Missa… Um padre no altar, pregando, e outros cinco sentados atrás dele. Nenhuma mulher, nenhuma. Até quando isso? Até enquanto elas permitirem. Permitirem, eu disse.
IDADE
Carros e pessoas são iguais, precisam de revisão periódica. Boa revisão, feita com gente “competente”. Sem essa de porque a pessoa está quieta num canto alguém dizer: – Ele tá cansado, é da idade – ou dizer: – Ah, ele esquece, é da idade. Nada disso, ninguém fica quieto ou esquece por ter idade, uma coisa e outra resultam das desatenções com a saúde ao longo da vida ou de um mau atendimento médico. Certo? Acho bom. Que os sonsos parem com as frases idiotas.
FALTA DIZER
Há um grupo de parvos a desejar que as escolas acabem com as notas, as notas, segundo eles, alicerçam as desigualdades sociais, discriminam. Negativo, que ninguém se atreva a acabar com as notas, os que estudam devem ser reconhecidos e servir de exemplos. Querem moleza? Olhem que digo aonde…