“Você, os robôs e seu emprego”

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Por: Raphael Rocha Lopes

16/05/2019 - 14:05

“Der junge Mann betrat eines
Tages in ein Spiegelsaal/ Und
entdeckte eine Spiegelung seines
selbst// Er schuf die Person die
er sein wollte/ Und wechselte
in einer neuen Persoenlichkeit”
(Spiegelsaal, Kraftwerk).”

Um dos maiores dilemas atuais é a empregabilidade com o avanço galopante da tecnologia. Desde a primeira revolução industrial, os homens sempre foram substituídos por máquinas. A diferença é que agora o processo está mais rápido, com novas características.

Quando meus alunos perguntam se a profissão de advogado vai sucumbir, respondo sim e não. Sim, vai desaparecer na forma como é praticada hoje; e não, a advocacia vai persistir ainda por bastante tempo, desde que os advogados entendam as mudanças que estão ocorrendo. Nas palestras, as dúvidas são as mesmas, nas mais diversas áreas.

As respostas variam de acordo com a atividade. A preocupação é válida, afinal há estudos que apontam que em menos de oito anos robôs assumirão 54% dos trabalhos no Brasil e 75 milhões de empregos no mundo.

A Amazon já disse que em 10 anos não haverá trabalhadores humanos em seus centros de distribuição. Entre 10 e 30 anos espera-se que 80% da frota mundial de veículos seja autônoma. Robôs já fazem música erudita, comidas de chefs e análise de contratos.

Em geral são mais rápidos, eficientes e baratos que os seres humanos. E a grande nova característica, em relação às mudanças anteriores, está na inteligência artificial das máquinas, que proporciona os mencionados
benefícios.

Mas, da mesma forma repetindo o passado, novas profissões estão surgindo. Projeta-se que mais da metade das crianças que estão hoje no ensino fundamental exercerão atividades que ainda não existem.

O leitor tem ideia da revolução que isso significa? Essas crianças entrarão no mercado de trabalho daqui 10 a 15 anos, ou seja, praticamente amanhã, e desconhecemos a profissão que boa parte delas exercerá. Não é que não saibamos suas escolhas. É que simplesmente não existem ainda!

Se a tecnologia e a inteligência artificial transformarão o mundo num cenário do filme “O Exterminador do Futuro”, no qual as máquinas dominam a civilização, ou se voltaremos na evolução nos moldes de “O Planeta dos Macacos”, é prematuro dizer.

Acredito que nem um nem outro, apesar do homem estar tentando criar o robô a sua imagem e semelhança.
A banda alemã Kraftwerk dês da década de 70 refletia sobre tecnologia.

Parece que quando cantou que “o menino entrou um dia em um salão de espelhos e descobriu seu próprio reflexo, criou a pessoa que queria ser e mudou para uma nova personalidade” previu o futuro da humanidade.