“Pânico do coronavírus pode deixar 40 milhões de brasileiros desempregados”

Guilherme Benchimol, presidente da XP Investimentos, uma das maiores corretoras independentes do Brasil, traçou uma perspectiva preocupante para a economia do país.

Segundo ele, mais de 40 milhões de brasileiros podem ficar sem trabalho por conta da crise causada pela disseminação do coronavírus.

Ele baseia a expectativa nos números dos Estados Unidos, onde a taxa de desemprego deve subir de 3% para 30%. “

No Brasil, onde há mais de 10 milhões de desempregados, acredito que o impacto será muito maior”, disse.

De acordo com Benchimol, a situação só será evitada com um plano econômico forte e bem definido.

A verdade é que o pânico causado pela possibilidade de ser infectado pelo novo vírus pode fazer muito mal aos brasileiros.

A orientação, até o momento, é obedecer ao decreto de quarentena e ficar em casa, mas não poderemos permanecer reclusos para sempre.

Gradualmente, e adotando todas as medidas de segurança, temos que retornar aos nossos postos de trabalho.

O medo paralisante da doença não pode nos impedir de continuarmos na linha de recuperação dos tempos recentes.

Para isso, cada um precisa fazer a sua parte.

BNDES injeta R$ 55 bilhões na economia

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai injetar R$ 55 bilhões na economia brasileira, para contribuir com a contenção da pandemia do novo coronavírus.

As medidas socioeconômicas de execução imediata foram aprovadas em caráter emergencial e anunciadas neste domingo (22) pelo presidente do banco, Gustavo Montezano, em transmissão ao vivo pelo YouTube para jornalistas.

Serão quatro medidas com duração de seis meses:

  • R$ 20 bilhões virão da transferência de recursos do Fundo PIS-PASEP para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a ser gerido pelo Ministério da Economia
  • R$ 19 bilhões da suspensão temporária de pagamentos de parcelas de financiamentos diretos para empresas, tanto o principal quanto os juros, chamada de standstill
  • R$ 11 bilhões em standstill de financiamentos indiretos para empresas
  • R$ 5 bilhões com a ampliação do crédito para micro, pequenas e médias empresas por meio dos bancos parceiros

Pouco mais de 9% do valor é destinado às micro, pequenas e médias empresas – que terão mais dificuldade em se recuperar após o fim da pandemia.

Medidas efetivas

O presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs) e do Centro Empresarial de Jaraguá do Sul, Luis Hufenüssler Leigue avalia que as propostas apresentadas pelo Governo do Estado de Santa Catarina para enfrentamento do quadro econômico provocado pelo Coronavírus são positivas como ação imediata.

Segundo ele, porém, as medidas ainda têm caráter paliativo, como resposta principalmente para as micro e pequenas empresas, que são as primeiras impactadas por dificuldades causadas pela situação.

O crescimento do número de casos, assinala, traz a certeza de cenários mais desafiadores.

Com as medidas de restrição, haverá maiores impactos a todos os setores que vão exigir tomadas de decisões da indústria, muitas delas já anunciando períodos de férias ou ajustando seus quadros para atender o mínimo de 50% definidos pelo governo em algumas atividades.

Atividade reduzida

O governo do estado publicou nesta segunda-feira, dia 23, uma nova portaria – anunciada na noite da última sexta-feira (20) – sobre o nível de atividade do setor industrial durante o período de vigência do estado de calamidade pública em Santa Catarina devido ao coronavírus, estabelecendo os limites de atividade para a indústria durante o período de calamidade.

A nova regulamentação prevê que durante a fase aguda de combate ao coronavírus, o nível de atividade nas indústrias seja de no máximo 50%, excetuando-se as essenciais, como as fabricantes de alimentos, remédio ou materiais de limpeza, por exemplo.

Banco Central reduz compulsórios

O Banco Central (BC) reduziu depósitos compulsórios e anunciou linha de empréstimos a instituições financeiras nesta manhã (23). A decisão faz parte do conjunto de ações adotadas pelo BC para minimizar os efeitos do coronavírus (Covid-19) sobre a economia brasileira.

O BC reduziu a alíquota do compulsório sobre recursos a prazo de 25% para 17%. Segundo o BC, a medida é temporária. “A medida tem o objetivo de aumentar a liquidez do Sistema Financeiro Nacional”.

O BC anunciou ainda que o Conselho Monetário Nacional (CMN) o autorizou a concessão de empréstimos a instituições financeiras garantidos em debêntures adquiridas entre 23 de março e 30 de abril de 2020.

Segundo o BC, é uma Linha Temporária Especial de Liquidez (LTEL). As medidas são similares as adotadas pelo FED americano.

Inflação de 4,8%, diz FGV

A expectativa de inflação dos consumidores brasileiros para os próximos 12 meses ficou em 4,8%, segundo pesquisa feita em março pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

A taxa é inferior aos 5% registrados em fevereiro e retornou ao mínimo histórico apresentado em novembro e dezembro de 2019.

 

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