Mercado | Correios entram em greve novamente – o que fazer?

Por: Pedro Leal

13/03/2018 - 13:03 - Atualizada em: 14/03/2018 - 14:15

Por mais uma  vez, os Correios estão em greve. Motivada por alterações nos planos de carreira, planos de saúde, fechamento de agências, suspensão de férias e falta de concursos desde 2011, entre outras pautas, a paralisação se estendeu por 22 estados, e segue por período indeterminado. Em Santa Catarina, 70% dos funcionários do setor operacional aderiram à greve. Como de praxe, o atraso nas entregas deve afetar quem tem contas a pagar e encomendas a receber.

Nos últimos 5 anos, apesar da demanda crescente por serviços postais – especialmente com o crescimento do e-commerce – a estatal fechou mais de 20 mil postos de trabalho. Desde 2011, a empresa não realiza mais concursos públicos para contratação de funcionários, e desde o ano passado, estuda maneiras de demitir os funcionários concursados. Operando com cargas cada vez maiores e pessoal cada vez menor, não é de se espantar que a estatal esteja entre os líderes em reclamações no Procon, superada apenas por empresas de telefonia.

Em sua presente situação, a estatal tem passado por paralisações anualmente – entre setembro e outubro passado, uma greve motivada por corte de investimentos, sobrecarga e  fechamento de agências mobilizou 90% dos funcionários da estatal. No mesmo ano, os serviços bancários dos correios cessaram por falta de fundos em mais de 1,8 mil agências.

Anos de descaso, sucateamento, ineficiência e má gestão colocaram a estatal em sua situação atual. Resta saber o que fazer com ela. Muito se fala em privatizar a ECT, como foi feito com a Royal Mail no Reino Unido e a CTT em Portugal – mas existem outras opções que não a privatização. Suécia e Dinamarca salvaram seus serviços postais mediante a fusão e auditoria das estatais Posten AB e Post Danmark, dando origem a atual Postnord. Hoje, a transestatal opera em todos os países nórdicos e na Alemanha, com lucro anual líquido de 200 milhões de euros.

Panorama Nacional

Mais álcool na gasolina

Para reduzir a emissão de poluentes e estimular a produção de etanol, o governo Temer está preparando um decreto aumentando o percentual de álcool anidro na gasolina: dos atuais 27%, a proporção de alcool na gasolina subiria para até 30% em 2022 e 40% em 2030. A equipe econômica do governo resiste à proposta, que acarretaria em aumento de preços e perda de até R$ 4 bilhões de arrecadação tributos.

Mais um corte na Selic

Operando em baixa recorde de 6.75%, a taxa básica de juros, a Selic, deve ser reduzida mais uma vez, segundo projeções do Boletim Focus, do Banco Central. Analistas da instituição projetam queda de mais 0,25% na reunião do Copom dos dias 20 e 21 de março, como resultado da inflação baixa persistente. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada foi de 2,84%, o menor para o período desde 1999.

Consumo volta ao nível pré-crise

Segundo pesquisa da empresa de consultoria Kantar Worldpanel, após dois anos de queda, os níveis de consumo das famílias brasileiras estão retornando ao patamar que tinham antes da crise, em 2015. O dado usado de exemplo pela empresa foi a manteiga: presente em 36,80% dos lares em 2017, o consumo do produto em 2014, antes da crise, era de 34,17%, caindo para 32,94% em 2016. Dados do Banco Central, por sua vez, demonstram queda no endividamento, que já chegou a comprometer 22,8% da renda mensal das famílias em 2015 -em dezembro passado, esse percentual era de 19,9%.

Golpes sobem 7,1% em janeiro, diz Serasa

O Brasil registrou um total de 161.097 tentativas de fraude no mês de janeiro, ou uma ação a cada 16,6 segundos, segundo dados divulgados pela Serasa Experian nesta segunda-feira. Brasil tem maior índice de tentativas de fraude em 3 anos, segundo a empresa. O número representa uma alta de 7,1% em relação a dezembro do ano passado. Analistas da empresa sugerem que golpistas estejam aproveitando o reaquecimento do crédito para aplicar golpes.

Petrobras anuncia novas plataformas

Pedro Parente, presidente da Petrobras, anunciou nesta segunda-feira a instalação de 13 novas plataformas de petróleo na Bacia de Santos, oito das quais serão operadas pela estatal. A projeção é de que estas 13 plataformas elevem a produção para 2 milhões de barris de petróleo por dia. Além dessas 13, foram anunciadas seis plataformas para outras bacias, como a de Campos.

FGTS como capital da Caixa?

O presidente da Caixa Econômica Federal, Gilberto Occhi, não descarta usar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para capitalizar o banco. No começo do ano, o presidente Michel Temer sancionou uma lei autorizando a operação, mediante autorização do Conselho Curador do FGTS. Pelo texto aprovado pelo Congresso Nacional, a Caixa poderia receber aporte de até R$ 15 bilhões. A medida visava atender a novas regras de controle estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para reduzir o risco de o banco não ter recursos suficientes para honrar compromissos futuros.