Entre altas e quedas, Bitcoin segue cercado de incertezas
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sexta-feira, 01:04 - 16/02/2018

Há exatos dois meses, o mundo era tomado pelo furor ao redor do Bitcoin, então em rápida valorização: a moeda começou o ano cotada em US$ 1 mil, chego a dezembro na casa dos US$ 10,000, e continuou subindo até a metade do mês em um frenesi de aquisições. No dia 16 de dezembro de 2017, a criptomoeda chegava ao seu maior patamar histórico: US$ 19.343. Desde então, se sujeitou a instabilidade e uma perda progressiva de valor, aumentando os temores de que a "bolha" teria estourado - neste dia 5, a moeda havia voltado a ficar abaixo da linha dos sete mil dólares.
Agora, passados dois meses do ápice, o Bitcoin voltou a recuperar o seu valor, mas ainda está muito abaixo do seu auge: Pela manhã, o site CoinDesk cotava a mais conhecida das criptomoedas em US$ 9,795.24 - pouco mais de metade do valor que tinha em dezembro. Durante a manhã, a moeda seguia em tendência de leve queda, perdendo 2% de valor desde a abertura, quando cotava US$ 10,016.34.
O mercado segue incerto quanto ao futuro da moeda: no programa Shark Tank, da rede americana CNBC, investidores do mercado financeiro se dividiam quanto aos desenvolvimentos futuros do Bitcoin e do setor de criptomoedas. Em artigo para a Rede Brasil Atual, os economistas brasileiros Guilherme Mello e Pedro Rossi indicam também incerteza quanto ao impacto que as flutuações - e um possível colapso - teriam sobre o mercado financeiro.
A falta de conhecimento sobre os mecanismos do segmento continua sendo um problema, como foi apontado pelo executivo americano Kevin O'Leary, que apontou que 99% das pessoas com investimentos em Bitcoin não sabem como a moeda funciona. Essa falta de conhecimento torna o mercado sujeito a golpes - como um investigado pela polícia austríaca, afetando mais de 10 mil investidores - e investimentos imprudentes. Daymond John, CEO da grife americana FUBU, destacou que quem quer investir neste mercado deve começar a estudá-lo e começar agora.
Em um artigo para a revista Bloomberg, o analista financeiro Mike McGlone fez um alerta, comparando o padrão do mercado de criptomoedas com a bolha das .com dos anos 90: caso siga no padrão atual, similar ao das .com, o valor da moeda tenderia não aos US$ 9 mil atuais, mas a um muito menor: US$ 900. Parte deste risco viria da multiplicação de "forks" (subdivisões) da rede original da Bitcoin e de outras criptomoedas, inflando o mercado artificialmente.
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