“Os principais desafios do investidor brasileiro”

Foto Rovena Rosa/Agência Brasil

Por: Ana Kamila

19/10/2018 - 05:10 - Atualizada em: 24/10/2019 - 10:55

É cultural que no Brasil a maior parte dos investidores busque tranquilidade e segurança para as aplicações. Esse fato provem do Brasil estar na lista dos países com maior taxa de juros no mundo, o que leva a entender a preferência por investimentos de baixo risco.

Acontece que o cenário de rendimentos para esse investidor conservador mudou bastante nos últimos três anos, e aí vem o maior desafio: entender o mercado financeiro.

O Brasil possui um ambiente macroeconômico em fase de evolução, o que gera oportunidade de investimento e ao mesmo tempo um certo risco no curto prazo. Esse é exatamente o momento atual que o país passa, desencadeado por uma reputação manchada na política somado as incertezas eleitorais.

É importante identificar a necessidade por trás do produto escolhido. Será que você realmente pode correr riscos? O fator psicológico de “ganhar mais” atrapalha a tomada de decisão e na maioria das vezes faz você perder mais do que ganhar.

Nem sempre é necessário correr riscos

Em um país de juros altos é fácil encontrar oportunidades de baixo risco com bons ganhos. Outro aspecto, é entender que você precisa abrir mão de uma coisa para ter outra. Liquidez, segurança e rentabilidade dificilmente são encontradas juntas na mesma frase. Veja:

  • Na poupança: Você tem liquidez, segurança, mas não rentabilidade;
  • No CDB (Certificado de Depósito Bancário) com carência: você tem segurança, rentabilidade, e pouca ou nenhuma liquidez. E assim vai.

Cuidado com os relatórios sensacionalistas na linha “Ganhe 500% na ação XYZ”. Típica informação de fácil acesso e senso “educador”.

Vamos raciocinar

Você comprou um lote de ações de uma empresa. Um dos fatores que conduz o aumento do preço de uma ação são os resultados desta empresa, os lucros. Uma empresa normalmente cresce e gera lucro em 3 meses? Não.

Então faz sentido você comprar uma ação já pensando em vendê-la? Não é errado, no entanto, essas operações de curto prazo são especulativas e não produtivas.

Especulativa pois o motivo do investimento é obter lucro rápido, e esses ganhos não passam a produzir economia real, logo, não geram crescimento como aumento da produtividade, empregos, entre outros.

Seja protagonista

A bolsa brasileira é muito imatura perante os mercados desenvolvidos. Aqui, mais da metade das operações realizadas são especulações e há menos de 400 empresas listadas na bolsa de valores. O mercado americano tem mais de cinco mil empresas listadas.

O Brasil é um país em desenvolvimento com uma série de ajustes importantes a serem realizados no governo. Tão cedo, esses fatores não deixarão de ser também um desafio para o investidor.

O importante é reconhecer que a educação é a chave para a evolução de um país, e a educação financeira é protagonista.