Então vamos falar do famoso 1% ao mês, a rentabilidade que muitos investidores almejam e ficam frustrados ao descobrir que o cenário mudou! O mercado financeiro viveu uma queda na taxa básica de juros: a Selic. Mas o que ela influência?
O Copom (Conselho de Política Monetária) se reúne a cada 45 dias para definir a taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia). A taxa definida, é a taxa que o Banco Central cobra ao emprestar recursos para Instituições financeiras.
Ela é a taxa de referência no sistema, um ponto de equilíbrio. O que você irá encontrar ao fazer sua aplicação financeira, são títulos baseados no CDI (Certificado de Depósito Bancário). A Selic e o CDI são muito semelhantes, onde o CDI é a taxa praticada pelos bancos quando emprestam dinheiro entre si.
Em julho de 2015 a taxa Selic chegou a 14,25%a.a., isso nos faz perceber num cálculo simples, taxa anual dividida pelos 12 meses, que facilmente poderíamos superar o 1%a.m. Mas será que esta taxa realmente é boa?
É necessário analisar um item essencial, a inflação. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor) é o principal índice para medir a inflação, divulgado pelo IBGE.
E muitas vezes, o investidor não percebe o quanto a inflação impacta nos seus rendimentos, ela diminui seu poder de compra e ignorá-la pode colocar seu planejamento em risco, principalmente quando for de longo prazo.
Analisando o cenário
Lembra da taxa Selic de 2015? Agora vamos considerar a inflação neste período, que fechou em 10,67% no ano, para calcular os juros reais, ou seja, a taxa de juros anual deduzindo a inflação.
Portanto em 2015 os juros reais para investidor que estava ganhando 14,25% a.a. foi:
- (SELIC – Inflação) (14,25 – 10,67) = 3,58%
Entretanto em 2017, com a mudança do cenário a Selic chegou a 7% a.a., porém a inflação do ano foi de 2,95%, abaixo da meta fixada pelo governo de 4,5% e o menor índice desde 1998 segundo o IBGE.
Calculando novamente os juros reais:
- (SELIC – Inflação) (7,00 – 2,95) = 4,05%
E então, analisando os dados e aqueles números que você não vê na sua conta bancária, mas que estão impactando no seu dinheiro, percebemos que apesar de taxa de juros baixa, estamos tendo um rendimento real e maior do que no cenário anterior onde “acreditávamos” estar ganhando mais com 1%ao mês.
Fique atento
Os investidores que não observam isso, podem fazer investimentos onde “acreditam” estar aumentando seu patrimônio, porém estão reduzindo seu poder de compra, isso acontece quando o rendimento de um ativo é inferior a inflação do mesmo período.
Nem tudo o que se vê é o que parece, nem tudo o que parece é o que realmente é: o famoso 1% ao mês parece bom, mas nas condições que estava no mercado não é!
Por Ludmila Marques