Amin diz que PP não abre mão da cabeça de chapa e Mariani anuncia aliança com sete siglas, além de namoro com PSDB

Por: Elissandro Sutil

09/07/2018 - 09:07 - Atualizada em: 18/07/2018 - 09:34

Sentados lado a lado, Mauro Mariani e Esperidião Amin trocaram segredos e risadas

Em Jaraguá do Sul, na última sexta-feira, 6 de julho, os deputados federais Esperidião Amin (PP) e Mauro Mariani (MDB) conversaram com a coluna sobre as eleições que se aproximam. O prazo para as convenções e consequentemente para as decisões se encerra no dia 5 de agosto e as dúvidas ainda são muitas. Amin mudou o tom do discurso adotado até agora. Depois de falar diversas vezes que cederia a vaga na majoritária em nome de uma composição, embalado pelas pesquisas, chegou a dizer que Gelson Merisio (PSD) é quem deveria ceder, pois tem mais chão pela frente. Mariani também abriu o jogo, anunciou que a aliança com outros sete partidos, inclusive o PR e o DEM, deve ser sacramentada nos próximos dias. Sobre o PSDB, disse que as conversas continuam e que serão intensificadas.

Amin: “abrir mão para outro partido, na convenção, não passa”

Na quinta-feira, em Joinville, o deputado Gelson Merisio (PSD) disse que a chapa do sonho é ele como cabeça de chapa ao governo do Estado, o empresário Ninfo como vice, o senhor e Raimundo Colombo ao Senado. Essa é a sua chapa?

Como aprendemos com os alemães, sonho que se sonha sozinho é apenas um sonho. Sonho que se sonha em conjunto é realidade. Eu também tenho sonho de ser governador. Importante é que transformemos sonhos individuais em um projeto em favor de Santa Catarina, um Estado que clama por mudança, por uma gestão baseada por indicadores. Nós estamos na reta final para conseguir fazer que o sonho não seja de uma só pessoa, mas de um time.

Abriria mão da disputa ao governo do Estado?

Eu quero ser governador. O Merisio também quer ser, João Paulo Kleinubing e Paulo Bauer também. Esses todos encarnam uma proposta de mudança. O ideal seria que pudéssemos unificar nossa posição já no primeiro turno, mas, se não for possível, vamos tentar fazer no segundo turno. Antes vamos esgotar todas as possibilidades.

Parte da imprensa diz que hoje o deputado Silvio Dreveck, presidente estadual do partido e que apoia a candidatura de Merisio, tem a maioria no diretório e executiva. Isso não dificulta o seu projeto?

Na hora de conferir, se houver uma disputa, é outro cenário. Eu acho que se alguém for defender dentro do PP abrir mão para outro partido, na convenção, não passa.

Desculpa, mas vou insistir, abriria mão ou está disposto a ir para disputa?

Depende do Merisio abrir mão. Ele tem muito mais tempo de vida pela frente. Quem abre mão depende da resposta de cada um, eu vou lutar pelo entendimento que está acima do propósito pessoal. Uma proposta de recuperar Santa Catarina que, segundo o governador, terá déficit R$ 3 bilhões no próximo ano. Ele diz isso e ao mesmo tempo assina convenio só com Prefeituras governadas pelo partido dele. Alguma coisa está errada.

Para Mariani, em 20 dias as definições estarão claras

Mariani, como está a negociação com o PSDB, essa chapa é viável?

Você já começa fazendo pergunta que eu não posso responder. Primeiro, nós estamos conversando com vários partidos políticos, dentre os quais o PSDB. Com muito respeito. Entendendo o desejo e a legitimidade do PSDB em querer ter a sua própria candidatura. Tem o nome do senador Paulo Bauer colocado, ele fez um trabalho, construiu esse momento político para ele. Agora, claro que o MDB tem uma história de parceria com o PSDB que vem desde lá em 2002, passando e retificado nas eleições de 2016, onde o PSDB foi o maior parceiro nosso, com mais parcerias no Estado. Nos próximos 20 dias nós temos que ultimar as conversas e ainda tenho muita esperança de que deve acontecer uma aliança.

Alguma conversa já marcada?

Todos os dias alguma conversa acontece, não param de acontecer. Sempre muito amistosas, muito amigáveis. A relação que temos é muito próxima, somos amigos de praticamente todo o PSDB, com o senador Paulo Bauer, com o Dalírio, com o Marcos Viera, com Napoleão, enfim, são meus amigos e na conversa eu sinto que a recíproca é verdadeira. Agora tem que entender, se o momento permitir que estejamos juntos, maravilhoso. Temos toda a condição de vencer a eleição, inclusive no primeiro turno. É uma decisão que tem que ser amadurecida, tem que ter esse tempo de maturação, mas na minha avaliação, em vinte dias acontece.

A aliança com o PR já está fechada?

Está praticamente sacramentada com o PR, PPS, PTC, PTB, PRTB, DEM, Patriotas, e alguns outros partidos. Praticamente. Semana que vem vamos efetivamente sacramentar essas alianças, tendo ainda possibilidade de conversas com outros partidos mais adiante. Com o Democratas, nós temos conversado com o João Paulo Kleinubing, colega deputado. À medida que a outra chapa se defina – e eu penso que lá tem mais dúvida do que aqui -, precipita a definição com mais velocidade no nosso plano da política.

A indefinição ela é natural, mas parece que esse ano é ainda maior. No campo nacional, não se sabe quem vai ser o candidato do PT…, isso influencia aqui também?

No campo nacional eu diria que isso é maior, no plano estadual talvez, mas eu vejo que as convenções foram antecipadas, do PSD vai acontecer dia 21. O PP terá uma reunião no dia 18, o PSDB marcou agora para o dia 21, a nossa é para o dia 4 de agosto. Mas não quer  dizer que lá pelo dia 20, 25, não vai estar tudo já decidido, porque já não tem mais muita margem de manobra.

Rápidas

Prefeito Antídio Lunelli saiu ontem com mais uma das suas expressões. Disse que com ele “o arroz é seco e o molho é na tampa”,  para reafirmar que a prioridade do seu governo é gestão. Foi aplaudido.

O vice Udo Wagner, enquanto olhava Mauro Mariani e Esperidião Amin lado a lado, vaticinava que Jaraguá do Sul vai ser governo, com um ou com outro.

Diversas lideranças empresarias prestigiaram a inauguração da ETA, entre eles, Vicente Donini, João Batista Prim, Moacyr Sens, Alidor Lueders, Harry Schmelzer Jr. e Anselmo Ramos.