“Prefeito de Corupá diz que já queria ter saído do PP”

Medida foi tomada para economizar recursos diante da queda de repasses federais e estaduais | Foto Eduardo Montecino / Rede OCP News

Foto Eduardo Montecino / Rede OCP News

Por: Elissandro Sutil

24/01/2019 - 05:01

Foi tudo muito rápido. Às 9h da manhã o prefeito de Corupá João Carlos Gottardi pediu desfiliação do PP. Nem deu tempo para as especulações sobre seu destino pipocarem porque às 10h ele já estava assinando ficha no PSD, ao lado do presidente da sigla, Fabio Espíndola.

A decisão pegou muita gente de surpresa, mas não as pessoas mais próximas ao prefeito, que acompanhavam suas aflições. À coluna, Gottardi admitiu que o desgaste vinha se prolongando.

“Estou aliviado. Já queria ter feito isso antes”. O principal motivo, disse, foi a falta de apoio da velha guarda do PP e da bancada do partido na Câmara.

“Nunca tive apoio dos três vereadores do PP. Não é segredo para ninguém. Eu sei que há muito a fazer e trabalho todos os dias focado nisso. Mas também sei que muita coisa foi feita e em nenhum momento os vereadores do PP foram à tribuna falar das ações positivas. Tenho mais auxílio fora do partido do que dentro e isso não faz sentido”.

Gottardi revelou ainda que a crise com os pepistas chegou ao auge quando soube que os vereadores e representantes da Executiva do partido teriam denunciado ao Ministério Público possíveis irregularidades cometidas pelo ex-secretário de Obras.

As suspeitas tratam de possível desvio de finalidade dentro do programa Corupá em Ação, que visa, entre outras coisas, beneficiar pessoas carentes com cargas de macadame a preço bem abaixo do cobrado pelo mercado.

“Isso é uma apunhalada pelas costas. Até porque nunca ninguém falou comigo sobre isso. Se alguém tinha alguma informação sobre alguma irregularidade tinha obrigação de me comunicar”, ressalta.

Sobre sua relação com o Legislativo de agora em diante, o prefeito diz prever que não haverá dificuldades. “Vou atender a todos, inclusive os vereadores do PP. Sou prefeito da cidade e não de um ou outro partido”.

Essa visão, segundo ele, era criticada no partido. “Não queriam que eu conversasse com o PSD, com o PSDB. Tem gente no MDB que ajuda a administração. Passou a campanha, na minha visão, acabou a disputa”, defende. Sem medir ainda o impacto da decisão, Gottardi diz que é cedo para fazer planos para as eleições de 2020.

Demissões

Ontem mesmo, Gottardi assinou a exoneração do presidente do PP e diretor da Águas de Corupá Renato Wedderhoff. No lugar dele, assume o engenheiro Renato Lira.

Outras demissões de cargos de segundo e terceiro escalão estão programadas. Gottardi afirma que não vai suportar gente fazendo picuinha ao invés de trabalhar. “Quero pessoas felizes e dando resultado”, avisa.

Vereadora lamenta e diz que PP foi usado

Surpresa com a desfiliação do prefeito João Carlos Gottardi, a vereadora Andressa Fischer lamenta a decisão, mas diz que essa é a prova de que o PP foi usado.

“É uma pessoa simples, humilde. Eu lamento. Na campanha diziam, e eu não acreditava, que ele ia usar o PP e depois cair fora. E agora é isso, deu um pé na bunda de todos”.

Andressa alega que os desentendimentos estavam sendo causados porque Gottardi ouvia mais pessoas de fora do partido e não abria espaço para discussões internas.

A parlamentar nega ter participado da denúncia feita ao Ministério Público, entretanto, confirma que tinha diferenças com o ex-secretário de Obras Hediberto Berthelsen.

Na campanha, segunda ela, Hediberto teria sido machista e desrespeitoso.

Flerte antigo

Gottardi foi um grande incentivador da criação do PSD em Corupá. A sigla já ocupa duas secretarias no governo, Educação e Administração. Além disso, pesou na decisão a proximidade com o deputado Darci de Matos.

Gottardi se filiou ao PP em 2014 e em 2016 conseguiu levar o partido ao Paço quebrando uma hegemonia do MDB. Antes disso, ele foi filiado por mais de 15 anos ao PT, deixando a sigla insatisfeito com as denúncias de corrupção.

Pavimentação e corpo a corpo

Prefeito de Guaramirim Luis Antônio Chiodini e o secretário Jiuvani Assis Assing acompanhando a finalização da pavimentação de quatro ruas da Vila Tiles, uma obra aguardada há mais de 25 anos pelos moradores.

Com isso, o município chega à marca de 52 ruas pavimentadas nos últimos dois anos. Chiodini comemora o que considera um ótimo resultado levando em conta a crise econômica que atingiu o país no período.

Recurso aos hospitais

Na manhã desta quinta-feira o deputado federal eleito, Carlos Chiodini (MDB), anuncia junto com prefeito Antidio Lunelli (MDB), na prefeitura de Jaraguá do Sul, recursos para os dois hospitais do município.

Pelo que a coluna apurou, o montante ultrapassa meio milhão de reais. A emenda foi conquistada em uma reunião em Brasília envolvendo lideranças emeedebistas e o presidente Jair Bolsonaro.

No páreo

O senador eleito Esperidião Amin (PP) segue se apresentando como alternativa para presidir a Casa. Hoje, apesar de todo desgaste, Renan Calheiros (MDB) ainda é considerado como favorito na disputa. Essa semana, Amin participou de diversas reuniões em Brasília.

Schiochet em Brasília

O deputado federal Fabio Schiochet cumpre agenda desde ontem em Brasília com o governador Carlos Moisés e os secretários Douglas Borba e Lucas Esmeraldino.

Entre os compromissos, encontro na Secretaria Nacional de Articulação e com provável presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM). Hoje, os catarinenses se reúnem com chefe da Casa Civil, Onix Lorenzoni.

 

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