Além de um salário de R$ 25 mil, R$ 4,3 mil de auxílio-moradia, R$ 106,8 mil de cota que cada gabinete tem para pagamento de comissionados, podendo ter até 22 assessores, os deputados estaduais têm direito também a gastar R$ 41 mil todos os meses com outras despesas, como diárias, passagens, combustível, telefone e almoxarifado.
Em fevereiro deste ano, os 40 deputados estaduais de Santa Catarina gastaram juntos cerca de R$ 460 mil com as despesas de gabinete.
O comportamento deles varia muita, por exemplo, entre o recordista de gastos, Mauro de Nadal (MDB), com despesa de R$ 34 mil no período, quase o teto, e Fernando Cardoso (MDB), o mais econômico, que teve gastos de apenas R$ 366.
Ainda na lista dos que mais gastaram estão Marcos Vieira (PSDB), R$ 29 mil, Kenedy Nunes (PSD), com uma conta de R$ 25,9 mil, e Fabiano Luz (PT), com R$ 25 mil.
Entre os mais econômicos ficaram no topo, além de Cardoso, Bruno de Souza (PSB), com despesa de R$ 471, Jesse Lopes (PSL), com R$ 445, e Carlos Lima (PSL), com R$ 838.
O único deputado estadual de Jaraguá do Sul e região, Vicente Caropreso (PSDB), teve despesa de R$ 4,9 mil, a principal conta é com diárias, todas de servidores do gabinete, que se deslocaram para compromissos em diferentes cidades do estado. O tucano gastou menos do que outros 29 parlamentares.
As leis de transparência, que obrigam a divulgação dos dados, e a cobrança da população para que os parlamentares façam uso racional dos recursos públicos têm impulsionado uma economia importante.
Na Câmara de Vereadores de Jaraguá do Sul, por exemplo, com a divulgação dos dados todos os meses no OCP, temos visto frequentes quedas nos gastos enquadrados como despesa de gabinete.
Em janeiro deste ano, os gabinetes gastaram o menor valor mensal dos últimos dez anos do Legislativo, R$ 916,96 de despesas. Já o mês de fevereiro de 2019 fechou com R$ 1.385,60, contra R$ 2,8 mil do ano anterior.
Parlamentares precisam de estrutura para trabalhar, precisam se deslocar, a articulação faz parte da política. Mas bom senso e respeito aos recursos públicos é essencial. A transparência e a imprensa têm sido aliadas importantes nesse controle.
Despesas de gabinete dos deputados estaduais em fevereiro de 2019
- Ada de Lucca – R$ 2,3 mil
- Altair Silva R$ 17,6 mil
- Ana Campagnolo R$ 8,1 mil
- Ana Paula Silva R$ 12 mil
- Bruno Souza R$ 471
- Carlos Henrique Lima R$ 838
- Fabiano Luz R$ 25 mil
- Felipe Estevão R$ 10,8 mil
- Fernando Krelling R$ 1,1 mil
- Ismael dos Santos R$ 23 mil
- Ivan Naatz R$ 16 mil
- Jair Miotto R$ 11,2 mil
- Jerry Comper R$ 16,9 mil
- Jesse Lopes R$ 445
- João Amin R$ 5,5 mil
- José Milton Scheffer R$ 5,5 mil
- Julio Garcia R$ 4,5 mil
- Kennedy Nunes R$ 25,9 mil
- Laércio Junior R$ 10,5 mil
- Luciani Carminatti R$ 23 mil
- Luiz Fernando Cardoso R$ 366
- Marcius Machado R$ 29 mil
- Marcos Vieira R$ 29 mil
- Marlene Fengler R$ 20 mil
- Mauricio Eskudlark R$ 17,5 mil
- Mauro de Nadal R$ 34 mil
- Milton Hobus R$ 5,8 mil
- Moacir Sopelsa R$13,1 mil
- Nazareno Martins R$ 10 mil
- Neodi Saretta R$ 7,5 mil
- Nilson Berlanda R$ 6,6 mil
- Onir Mocellin R$ 4,5 mil
- Pedro Baldissera R$ 20 mil
- Ricardo Alba R$ 7,5 mil
- Rodrigo Minotto R$ 12,7 mil
- Romildo Titon R$ 10,3 mil
- Sergio Ribeiro R$ 4,5 mil
- Valdir Cobalchini R$ 18 mil
- Vicente Caropreso R$ 4,9 mil
- Volnei Weber R$ 5,5 mil
CPI da internet
O deputado federal Fabio Schiochet (PSL) reúne assinaturas para oficializar a instalação da CPI da Deep Web. Considerada uma zona obscura na internet, a Deep Web é a parte não relacionada em pesquisas nos sites de busca.
Estima-se que mais de 90% dos dados da rede mundial de computadores esteja escondida. Schiochet cita como principal motivação da iniciativa o massacre ocorrido na Escola Estadual Professor Raul Brasil no município de Suzano, em São Paulo, que foi planejado através das redes sociais.
Após a coleta das 171 assinaturas, o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia pode autorizar a instalação da CPI ou não.
Ampliação com containers
A Secretaria de Saúde de Jaraguá do Sul abriu licitação para compra de sete contêineres. As estruturas serão utilizadas na ampliação de postos de saúde dos bairros Amizade, Estrada Nova, Czerniewicz, Chico de Paulo, Ilha da Figueira, Rio Molha e Jaraguá 99. O valor máximo de contratação do serviço é de R$ 127 mil.
Reforma e cargos
Secretário da Casa Civil, Douglas Borba, com capacidade de articulação reconhecida e aguçada, será um dos responsáveis por fazer o projeto de reforma administrativa do governador Carlos Moisés (PSL) andar com agilidade e sem muito barulho na Assembleia Legislativa. O texto foi protocolado na segunda-feira e acaba com metade dos cargos comissionados.
Hoje, a estrutura conta com 1.480 vagas políticas, pelo projeto, o máximo será de 766. A diminuição já vinha sendo sentida na prática, mesmo com os cargos existindo legalmente. Quando Raimundo Colombo entregou o governo para Pinho Moreira, em fevereiro do ano passado, havia 1.223 cargos preenchidos.
Ao deixar o cargo, em janeiro, Pinho Moreira contava com 966 comissionados. Carlos Moisés tem dito que a tecnologia é uma aliada na tesourada – e tem razão.
Diferença salarial
Segundo dados da consultoria IDados, o salário médio mensal do funcionário do setor público é de R$ 4,2 mil, 87% maior do que o do empregado privado, com média de R$ 2,3 mil.
Mas as maiores cifras do setor público envolvem na sua grande maioria integrantes do judiciário e da esfera federal. Em 2007, a diferença, a favor do funcionalismo, era de 72%.
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