O desembarque era questão de horas. Marcia Alberton anunciou publicamente ontem que deixa o PSDB juntamente com Niura Demarchi e um grupo aproximado de 45 pessoas, porém, a saída já era tida como certa desde o fechamento das urnas, no domingo 2 de outubro. Embora a empresária tenha escrito uma carta em que não acusa ninguém de nada, pelo contrário, agradece a todos pela oportunidade, aos amigos a frustração pela falta de apoio do partido na campanha não é segredo. Em entrevista à coluna, Marcia negou que tenha sido a responsável pelo fechamento da aliança do PSD de Jair Pedri, o que, depois do pleito, com o resultado negativo, alguns tucanos da alta plumagem tenham feito circular nos bastidores políticos. “Nunca tive poder para tomar uma decisão dessa sozinha. Temos um deputado, um ex-prefeito e um ex-secretário regional no partido, além de um senador. A decisão foi unânime”, garante.
Apesar das decepções e de ter enfrentado uma campanha sem apoio e sem dinheiro, Marcia faz um balanço positivo dos 10 anos em que atuou no ninho. “Hoje tenho a certeza que muito contribui para o fortalecimento do PSDB. Lembro que, ainda como presidente interina em 2014, elegemos um deputado estadual e, com uma das maiores votações, elegemos um senador. Também obtivemos uma das maiores votações ao nosso então candidato à presidência, Aécio Neves. (…). Neste ano, não foi diferente, e conseguimos eleger dois vereadores. E preciso destacar ainda a expressiva votação para a majoritária. Mesmo estando Jair e eu, desconhecidos da população (…), atingimos a casa dos 21 mil votos. Este foi para mim um grande aprendizado. (…) Despeço-me sabendo que deixo um legado de tucanos eleitos, porém, mesmo assim, adianto um pedido de desculpas se não correspondi ao que a sigla esperava.
Quero que saibam que, enquanto representei o PSDB, tentei ser líder e não chefe. Tentei agregar e não dispersar, pois acredito que é desta forma que um projeto cresce fortalecido. O que temos que compreender é que nem sempre saímos vitoriosos e que os esforços de alguns não foram suficientes para mudar o resultado obtido”, diz um trecho da carta que pode ser conferida na íntegra no site do OCP. Em entrevista à coluna, Marcia diz que o grupo ainda vai definir um caminho político, sem muita pressa.
ENTREVISTA
Eu li a carta, mas fiquei ainda com a pergunta na cabeça. Por que objetivamente você sai do PSDB? Qual é o real motivo?
Não é que eu tenha um motivo pessoal. Eu e o grupo entendemos que o nosso ciclo acabou. Queremos construir um novo projeto, mais participativo.
A falta de apoio dos tucanos da alta plumagem na campanha não pesou na decisão?
O partido como um todo poderia ter ajudado mais, se envolvido mais. A ausência não foi só da alta plumagem como você se refere.
O deputado Vicente Caropreso conversou contigo, telefonou, afinal, você era a presidente do partido e foi uma das coordenadoras da campanha dele?
Não.
O grupo já tem um destino, um partido?
Logicamente que vamos continuar na vida pública. Já recebemos alguns convites. Nesse grupo que se desliga, temos a Niura Demarchi, quatro pessoas que concorreram a uma vaga na Câmara e 15 membros do diretório. Mas queremos decidir com um pouco de tranquilidade. Ainda não falamos sobre isso.
Nos bastidores fala-se que a crise começou depois da derrota nas urnas, porque caciques do partido a culpam pela coligação com o PSD.
Isso é uma inverdade. Eu não fui responsável pela coligação. A decisão foi unânime, depois do PP ter vetado o nome de Lio Tironi para ser vice de Antídio Lunelli. Nunca tive poder para tomar uma decisão dessa sozinha. Temos um deputado, um ex-prefeito e um ex-secretário regional no partido, além de um senador. A decisão foi unânime. Tanto que meu nome foi homologado primeiro para concorrer a vereadora, depois, quando Lio não aceitou ser vice do Jair, é que fui escolhida. Essa também nunca foi minha maneira de trabalhar, acredito na democracia.
Debate da OAB
A OAB de Jaraguá do Sul promove amanhã, às 19h, no CPL (Centro de Profissionais Liberais), um debate sobre ‘Garantias fundamentais no processo penal: mito ou verdade?’. O promotor Márcio Cota e o defensor público Sidney Gomes confirmaram presença. A mediação será do advogado Raphael Rocha Lopes, presidente do conselho comunitário penitenciário. O evento é aberto ao público e a entrada é um quilo de alimento não perecível.
Em Massaranduba
Mario Fernando Reinke avalia o desempenho do PSDB em Massaranduba como extremamente positivo. Lembra que a sigla obteve cerca de 40% dos votos na proporcional, elegeu três vereadores e ajudou Sesar Tassi a ser o mais votado. Reinke acredita que a coligação vai conseguir reverter no TSE decisão que deu a vitória a Davio Léu. A briga jurídica promete ser grande. Afastado da cadeira de prefeito, o destino de Reinke pode ser selado amanhã pela ministra Rosa Weber.
Refis com novidades
Ainda dependendo de aprovação do jurídico, a edição deste ano do Refis deve ter novidades. A intenção do secretário Ademar Possamai (DEM) é possibilitar que as dívidas vencidas no exercício também possam ser quitadas, além de aceitar a confissão de dívidas envolvendo, principalmente, o ISS.
Sobras aguardadas
O prefeito Dieter Janssen (PP) aguarda a devolução de R$ 3 milhões de sobras da Câmara. O aceno positivo já foi feito pelo presidente da Casa, José de Ávila. O recurso deve ser utilizado para suplementar a folha do funcionalismo e pagar fornecedores em atraso.