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“Não tenho medo de confronto”

Por: Elissandro Sutil

18/02/2016 - 10:02 - Atualizada em: 18/02/2016 - 10:13

Emanuela Wolff deixa o governo de Dieter Janssen amanhã depois de ter passado pela diretoria de gabinete, ter sido secretária de Assistência Social e, por último, secretária da Saúde. Aos 33 anos, mãe de um garoto de 14 anos e bem articulada, ela diz que sai agora para ter tempo de se dedicar ao PMDB e às negociações partidárias para as eleições de outubro. Apesar da pouca idade, Manu, como é chamada, revela estar pronta para qualquer desafio que lhe for emposto pelo partido e, na entrevista abaixo, fala ainda sobre as negociações eleitorais, faz um balanço do governo e da participação do PMDB na administração. Confira:

Você sai agora mais de um mês antes do prazo de desincompatibilização para quem deseja concorrer. Por que a decisão?

Emanuela Wolff: Eu já tinha o desejo de sair antes do prazo. Preciso voltar a trabalhar o partido, afinal, foi o PMDB que me proporcionou, junto com o Dieter, essa responsabilidade que tive. Nesses quase quatro anos, aprendi muito, geri dois fundos independentes, da Assistência Social e da Saúde. Na Saúde, lidero cerca de 800 funcionários, todos capacitados. Mas chegou o momento de voltar a olhar para o PMDB, ouvir as bases, ajudar a preparar o partido. Qualquer negociação começa com uma boa nominata a vereador e também temos que aproveitar a janela que abre agora para conversar com outras lideranças. Eu poderia fazer essas conversas estando aqui, mas não seria ético da minha parte.
Como avalia o seu período, a sua participação no governo?

Adoro o serviço público. Tenho paixão por fazer. Cresci muito, tive grandes desafios como a questão da substituição da cesta básica pelo cartão. No começo, muitos não concordaram, mas a gente não podia mais fazer as pessoas, que estão em um momento de fragilidade, vir até aqui buscar uma cesta de 40 quilos. E agora teve essa questão dos medicamentos na Farmácia Básica, que gerou todo esse debate. Mas eu não tenho medo de confronto quando tenho convicção da coisa certa a se fazer. As mudanças me instigam muito.

E o seu futuro político? Qual é o plano?

Saindo daqui me coloco à disposição do partido. Vamos ver o que os filiados querem. O PMDB está inserido em toda a sociedade. São cerca de 2.700 filiados, que estão nas associações de bairro, nas entidades representativas e de classes. Esse é o momento de ouvir.

Mas pensa em alguma candidatura?

Isso tudo ainda será construído. Como disse, não tenho medo do confronto, estou preparada para o que vier. Posso ser candidata e posso não ser.

Qual o encaminhamento do PMDB em relação à aliança com o PP?

A partir deste momento é que o PMDB vai se questionar. Vamos ver qual a contribuição que demos. Muito recurso que veio para Jaraguá teve articulação do PMDB através do Carlos (Chiodini) e do Mauro (Mariani). Vamos ouvir os filiados. Tem gente que defende uma candidatura própria em chapa pura, outros que a gente componha com cabeça de chapa e outros querem que a gente continue ocupando a cadeira de vice com o Dieter. Mas tudo passa por uma construção. O PMDB é um partido de grandes lideranças e qualquer decisão precisa ser construída conjuntamente. Nada se decide em uma sala fechada. Esse é o espírito da democracia a qual o PMDB ajudou a construir.

Que nomes o PMDB teria para majoritária?

O da vereadora Natália, do Jaime, do Pedro Garcia, do Hideraldo, o meu, o Antídio, que diz que está fora mas está sempre ligado no que está acontecendo. E tem o Carlos, mas ele tem nos ajudado tanto e tem um futuro tão promissor que acredito que ele consegue fazer mais ainda por Jaraguá do Sul estando fora do que aqui. O Carlos articulou a vinda da maioria dos financiamentos que Jaraguá conseguiu.

Sobre a sua participação na majoritária, escuto no meio político a afirmação que você deveria antes tentar uma candidatura a vereadora, para depois pensar em ser vice ou prefeita, ir subindo os degraus. O que pensa a respeito?

Não concordo. É uma questão de perfil. Eu tenho mais perfil para executar. Tem gente que pensa que porque sou nova, tenho 33 anos, que eu não vou me expor. Mas eu tenho o sonho de ajudar, de contribuir. Quando chegar a hora, coloco meu nome à disposição e o partido decide o que é melhor. Se eu perder também não tem problema nenhum.

Que responsabilidade o PMDB tem nos erros e acertos do governo?

O PMDB se sobressaiu em todos os cargos que ocupou. Ninguém tem nada para falar do nosso pessoal. E, ao contrário do que muita gente diz, o PMDB não tem 200 cargos no governo, tem 20. Hoje em dia o serviço público não comporta mais a mentalidade de quem quer compor para ter um monte de cargos. Mas acredito que as vagas de confiança devem ser ocupadas por quem tem comprometimento com o plano de governo, com o prefeito. Afinal, a gente chegou aqui fazendo promessas ao eleitor e às vezes quem é só técnico não entende isso.

Quais foram os pontos altos?

Tenho orgulho de ter participado da entrega do Centro de Convivência aos idosos, da transição da Schützenfest. Mesmo com pouco recurso, a gente conseguiu melhorar a festa. Todo mundo se virou nos 30. A troca da cesta básica pelo cartão também foi um momento importante, assim como a entrega do novo abrigo para menores. Todos os centros de assistência foram reformados. E tenho orgulho também de outras ações, mesmo que eu não tenha participado. Por exemplo, é muito bom saber que hoje os médicos que atuam nos postos de saúde batem cartão e cumprem sua jornada.

Para finalizar, qual a sua avaliação do governo?

O Dieter é meu amigo, uma pessoa séria, comprometida. Mas o governo teve algumas dificuldades de encaminhamentos políticos. Por exemplo, perdemos o João Fiamoncini para o PSD, ele saiu da base para ir para o outro lado. Também não existe no Brasil uma Prefeitura que não esteja passando por dificuldades econômicas. E nisso o Dieter se saiu muito bem, conseguindo manter toda a estrutura, todos os serviços e só não fizemos mais porque não foi possível, o momento econômico é de dificuldade.

 

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Elissandro Sutil

Jornalista e redator no OCP