“Faltou pouco, diz Leandro Schmöckel sobre eleição em 2018”

Foto Divulgação

Por: Elissandro Sutil

11/10/2018 - 05:10

Passados os 45 dias de campanha e a abertura das urnas, Leandro Schmöckel Gonçalves, que foi candidato a deputado federal pelo Partido Novo, faz um balanço positivo da empreitada.

Para o empresário de 36 anos, os mais de 23 mil votos recebidos foram um prêmio por uma campanha enxuta, que pregou mudanças e deixou uma semente para o futuro.

Leandro diz que ainda é cedo para pensar, mas já admite que a sigla deve apresentar opções aos eleitores no pleito municipal de 2020.

Para ele, o nível recorde de renovação confirmado no domingo é um alerta aos partidos tradicionais de que a sociedade não suporta mais a velha política de “conchavos, privilégios e cargos”. O Novo alcançou oito cadeiras na Câmara dos Deputados e 12 em diferentes Assembleias Legislativas.

O ex-presidente da Apevi ainda avalia que ao se posicionar contra o PT o diretório nacional não precisa ser mais claro sobre qual será o direcionamento.

Leandro ainda não conversou Gilson Marques, eleito deputado federal pelo partido, mas, como primeiro suplente, deve ter a oportunidade de assumir temporariamente uma cadeira em Brasília.

Confira a entrevista para a coluna:

Qual foi o saldo da campanha?

No domingo confesso que fiquei um pouco triste. Mas olhando para trás, não tinha recurso, histórico político, não tive apoio de prefeito, de vereador, de deputado, e mesmo assim fiz 23 mil votos, conseguimos a primeira suplência. É muita coisa.

 

A tristeza é porque faltou pouco. Com mais quatro mil votos, a região poderia ter três deputados federal. No total foram apenas R$ 150 mil investidos na campanha, sendo R$ 75 mil de recurso próprio.

 

Foi uma campanha enxuta, com apoio de voluntários e da família, que pegou junto. A tristeza é porque faltou pouco. Com mais quatro mil votos, a região poderia ter três deputados federal.

E o desempenho geral do seu partido?

Acho que o voto útil atrapalhou, principalmente, o Amoêdo. Ele podia e merecia ter ficado melhor. Mas na reta final teve essa onda toda.

 

O Novo elegeu oito deputados federais e 12 estaduais. Entramos no jogo agora e já alcançamos a cláusula de barreira.

 

Acho que o voto útil atrapalhou, principalmente, o Amoêdo. Ele podia e merecia ter ficado melhor.

A onda 17 prejudicou um pouco o seu desempenho?

Sim, de certa maneira fomos atingidos pelo voto útil. O pessoal não pesquisou o histórico, as propostas dos candidatos e saiu votando 17 para tudo.

 

O PSL mirou muito o Novo, o que é certa incoerência, pois são os dois únicos partidos de direita. Atacaram o Amoêdo. As siglas têm pautas similares, outras divergentes, por exemplo, eles utilizam o fundo partidário e o Novo não.

 

O pessoal não pesquisou o histórico, as propostas dos candidatos e saiu votando 17 para tudo.

O Novo foi criticado por ficar neutro na disputa presidencial. Como explica a decisão?

Quando o Novo se coloca contra o PT, ele já está se posicionando. A gente sabe os problemas que o PT causou ao país. Eu também sou contra o PT.

Para o governo do Estado, qual será seu voto?

Ainda não sei. Agora é que a gente voltou a ter tempo de comer direito, ficar com a família. Vou ler os planos de governo, me inteirar sobre as propostas para depois definir.

O que aprendeu fazendo campanha que não sabia?

O que mais me impressionou é que as pessoas não estavam tão desinteressadas do processo como eu imaginava. Em todos os cantos, em todas as reuniões, nos clubes de mães, na área rural, as pessoas estavam acompanhando.

 

Lá no meio do bananal, todo mundo tem rede social. As pessoas comparam o que diz a mídia tradicional com o que encontram no Google.

 

As conversas nesses 45 dias foram muito boas. E ao contrário do que as pesquisas anunciavam, a renovação este ano foi recorde. Os partidos tradicionais precisam reavaliar suas práticas.

 

Ouvi muito da população também que os candidatos não foram para as ruas. O tempo foi limitado, 45 dias, talvez seja uma coisa para se pensar.

 

Ao contrário do que as pesquisas anunciavam, a renovação este ano foi recorde. Os partidos tradicionais precisam reavaliar suas práticas.

O que o Novo e você projetam para eleição municipal de 2020?

Nós vamos conversar com o diretório estadual. Não temos nenhuma definição, ainda é muito recente a eleição. Vamos ver primeiro o que precisa ser feito para formalizar o diretório municipal.

 

Devemos ter candidato a vereador e a prefeito em Jaraguá do Sul. Não sei quem. Eu, sinceramente, só encararia, se fosse meu nome aventado, com mais apoio. Fazer campanha é difícil. A gente só não se desgastou mais porque tivemos o apoio das duas famílias.

 

Esse foi um ponto bem positivo da campanha. Também o apoio das pessoas que coordenam o Novo, dos voluntários.

 

Devemos ter candidato a vereador e a prefeito em Jaraguá do Sul. Não sei quem.

Mais uma obra

O deputado estadual e eleito federal, Carlos Chiodini, intercedeu junto ao Badesc e ajudou o prefeito de Guaramirim, Luís Antônio Chiodini (PP), a conseguir recurso para mais uma obra.

Em reunião com presidente da agência de fomento, Justiniano Pedroso, ficaram encaminhados R$ 2,2 milhões para pavimentação da Izídio Carlos Peixer, que faz ligação com Jaraguá do Sul,.

Nada da BR-280

No plano de governo do candidato ao governo do Estado, Comandante Moisés (PSL), não há uma linha sobre a BR-280, nem sequer sobre o trecho urbano.

Avaliação do secretariado

Não é só o MDB que deve ir para o divã analisar o resultado eleitoral da sigla no município. O prefeito Antídio Lunelli deve também fazer uma avaliação do seu secretariado.

Mudanças são esperadas no fim do ano. O empresário deve analisar metas, resultados e empenho.

De olho

O ex-prefeito Nilson Bylaardt (MDB) foi o mais votado em Guaramirim, fez 4.444 sufrágios, que representam 21,54% dos votos válidos.

O PP do município avalia o resultado como natural. Depois de Bylaardt, os mais votados foram Dieter Janssen (PP), com 2.625, e Vicente Caropreso, com 2.051.

Votos de fora

Ao todo, 209 candidatos a deputado federal fizeram votos em Jaraguá do Sul. Para estadual, o número foi ainda maior, 373 candidatos foram votados. A pulverização impediu que a representatividade da região fosse maior.

 

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