Recontando a História | Novembro histórico

Por: Nelson Luiz Pereira

12/04/2018 - 13:04

Caro leitor, você acaba de ser teletransportado, de volta ao tempo, para a capa do Órgão Independente e Noticioso O Correio do Povo, edição nº 29, publicada em 19 de novembro de 1921. Na época o proprietário do Jornal era Venâncio da Silva Porto e o diretor Arthur Müller. Observe no canto superior esquerdo, o custo de uma assinatura do Jornal, um privilégio ao alcance de poucos. O preço do plano anual era de 8$000 (oito mil réis) e o semestral 4$500 (quatro mil e quinhentos réis). Em valores relativos, segundo numismatas, a assinatura anual equivaleria a R$ 1.000,00 (mil reais) em nossa moeda atual. Detalhe: o pagamento era adiantado.

OCP anunciava a morte da Princesa Isabel

Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bourbon e Bragança, ou simplesmente Princesa Isabel, falecia em 14 de novembro de 1921, aos 75 anos de idade, causando grande comoção à Nação brasileira. O então presidente Epitácio Pessoa, decretara dois dias de luto nacional. A abolição da escravatura, como maior legado da Princesa ‘Redentora’, assim considerada por ter assinado a Lei Áurea, fora o estopim para o golpe de estado republicano. Merece destaque seu manifesto histórico assim escrito: “se a abolição é a causa disto, eu não me arrependo; eu considero valer a pena perder o trono por ela”. Vale a pena mergulhar no antigo texto da matéria.

Nacionalização do ensino primário

Uma Conferência Internacional do Ensino Primário realizada naquele ano no país, estabelecera, entre outras questões educacionais, que o ensino primário em escolas públicas e particulares, seria exclusivamente ministrado na língua vernácula. Leia a matéria na íntegra e entenda a razão.

Assinantes inadimplentes

Observe o teor da crônica dirigida aos inadimplentes do periódico OCP, já precursor e mais lido da época. Como se pode ver, a palavra “chronica” assumia outra semântica, certamente relacionada a ‘conta’ ou ‘débito crônico’.

Mazela de outrora

Se você pensa que impunidade é um capricho de nossos tempos, confira o resultado do Tribunal do Júri da época.

Ocorrências/proclamas/aniversários

O aniversariante mais festejado daquele 15 de novembro de 1921 fora o intendente do então distrito de Jaraguá, Sr. Leopoldo Janssen, que recebera visita de grande número de amigos.

Um produto imbárivel

O milagroso, insubstituível, infalsificável e fortificante Emulsão de Scott, era tão popular quanto a atual Coca-Cola, e tão forte quanto o seu próprio nome. Veja que o marketing agressivo para época, soaria apelativo para os dias de hoje.

Um erro de redação

O que se intitulara “Hino da Bandeira” era, na verdade, um poema de Francisco Eugênio Brant Horta (1876 – 1959), poeta, tradutor, trovador, teatrólogo, jornalista, professor, músico, membro fundador da Academia Mineira de Letras.