Paradoxalmente, vejo o minimalismo sendo mais que o maximalismo – Nelson Luiz Pereira

Por: Nelson Luiz Pereira

25/03/2023 - 05:03 - Atualizada em: 25/03/2023 - 08:42

Com o mundo contemporâneo mais abastado de recursos e comunicação, se tornou possível um melhor entendimento acerca da relação do homem com seu meio, tendo como pano de fundo, as múltiplas culturas.

De antemão saliento que essa não é uma crítica contra o maximalismo, mas, um olhar amistoso ao minimalismo. Historicamente, a cultura ocidentalizada absorveu a concepção materialista quantitativa, de que sucesso e realização devem estar configurados em status, poder e patrimônio.

Há, entretanto, uma contracultura em ascensão, demonstrando que o sucesso, promotor de bem-estar e felicidade, pode ser conquistado por uma via qualitativa, duradoura, realizadora e, sobretudo, libertadora.

É cada vez mais comum testemunharmos pessoas rompendo com a crença do sucesso, segurança e felicidade, resguardada na sobrecarga de trabalho, abundância e consumismo.

O estilo de vida minimalista, que cresce no mundo, pressupõe autoconhecimento e conexão com um mundo mais holístico, requerendo a consciência de que tudo deve se reger pela sustentabilidade.

Em essência, isso não se resume, no meu modo de ver, em ser rico ou ser pobre materialmente, mas, em viver com o dignamente necessário e o qualitativamente sadio.

Por essa perspectiva, mesmo soando paradoxal, minimalismo passa a ser “mais:” mais saúde; mais desprendimento; mais sentido; mais prazer; mais alternativas de existência; mais convivência; mais tempo para viver as coisas que o dinheiro não compra; mais liberdade; enfim, mais paz.

O propósito minimalista tem se mostrado um promissor caminho para se obter a intercessão entre realização pessoal e felicidade.