“OCP 100 + 1”

Por: Nelson Luiz Pereira

10/05/2020 - 17:05 - Atualizada em: 10/05/2020 - 17:06

Num desses cafés com ideias, de sábados de manhã, antes pandemia, me dirigiram o seguinte desafio: Se você tivesse que sintetizar os ciclos da vida em duas únicas palavras, quais seriam elas? Subitamente me veio à mente: construção e desconstrução. Então me retrucaram: mas se há construção e desconstrução, não faltaria a terceira palavra, reconstrução?

Bem, disse eu: o processo de desconstruir já é reconstrução, percebe? E complementei sustentando que isto também se aplicaria à vida das organizações. Então, um dos amigos me dirigiu a seguinte indagação: por falar em organização, certamente o OCP, com 101 anos de existência, deve ter experimentado por completo estes ciclos, estou certo?

Ao que respondi: posso lhe garantir que sim, porém, não foi uma única vez, mas várias. Entre este espaço histórico de 1919 – 2020, ou do sistema de prensa e linotipos aos multicanais de conteúdos em tempo real, há muita desconstrução. Aprofundei o debate sugerindo que, de certa forma, poderíamos considerar que a instituição imprensa, é essa grande construção, que dada as circunstancias ambientais, é constantemente desconstruída pelos veículos de comunicação que querem se manter vivos e atuantes.

Pairou um certo silêncio, até alguém arrematar: então toda inovação é, antes de tudo, uma desconstrução? Sim, defendo essa ideia, disse eu. O que a Rede OCP de Comunicação está vivenciando no momento, por exemplo, é mais uma desconstrução ao longo de sua existência, sustentada por um processo denominado de convergência midiática. Sabe ela que este processo ocorre, em primeira instância, na mente e no comportamento das pessoas.

Então, já não basta garantir o suprimento de notícias. Também já são prerrogativas elementares a coerência da narrativa e relevância da informação. O novo consumidor de conteúdos anseia por algo que o transforme…que o oriente em seus ciclos de desconstrução. Entre um café e outro, a unanime conclusão: realmente, não é um bom negócio desconhecer a pauta jornalística da nossa sociedade. Longa vida ao OCP.