Motivos para nos orgulharmos de nosso país e, sobretudo, de nosso povo, não faltam. Basta que deviemos nosso olhar da guerra ideológica e reposicionemos a lente buscando captar as coisas boas que estão a nossa volta. Reportando-se àquela máxima de que ‘enquanto os cães latem, a carruagem passa’, nesse exato momento, e ao longo desse setembro, está acontecendo em nossa cidade, uma campanha de doação de órgãos, promovida pelo Hospital São José.

Esse movimento é uma pequena amostra que vem comprovar o que somos perante o mundo. O Brasil possui o maior sistema público (SUS) de transplantes de órgãos, sendo referência mundial. Devemos nos orgulhar de sermos, em números absolutos, o 2º maior transplantador do mundo. À nossa frente está os Estados Unidos. Embora nossa natureza latina favoreça o senso altruísta, a desinformação, crendices, tabus, e superstições, seguem sendo os principais entraves da doação.

Neste sentido, a reflexão que se faz necessária, é a que nos leva a seguinte indagação: será que um potencial doador que se aproveita destas desculpas, teria o mesmo pensamento e atitude se sua vida dependesse de uma doação? Esta é a pergunta capital que deverá orientar nossa consciência.

Por fim, esta e todas as campanhas de incentivo à doação de órgãos, orientam a prática do diálogo responsável entre os familiares a respeito desta nobre atitude. Nessa circunstância, a morte faz parte da vida. É importante que falemos sobre isso, pois, nos ensina o Talmud que “quem salva uma vida salva o mundo inteiro”.