Ouvi ontem, numa palestra na Internet, um cidadão americano, de 75 anos, fazendo um desabafo para um pastor, lá nos Estados Unidos. O sujeito contava que passou a vida lutando para ter o de que precisava, casa, carro, recursos para educar os filhos, aquelas coisa que bem conhecemos. Dizia que deu duro, trabalhou como um burro de carga, mas… Chegada à idade avançada, está muito doente, vendo já a luz amarela da vida piscando… Estava muito ansioso e duvidando que vá ainda ter vida para gozar de tudo o que ele conquistou com tantas lutas. E o cidadão dizia ao pastor que via como uma formidável inutilidade todas as lutas em que se empenhou para acabar do modo como ele hoje se encontra. Queixava-se das injustiças na vida e da inutilidade de as pessoas lutarem tanto para logo adiante deixarem esta vida… Essa era a queixa básica do cidadão, que se dizia sem religião. Fora à igreja levado por um filho. Em resumo essa a história. História que muitos, senão todos na vida sentem depois de certa idade, a aproximação do fim e a “inutilidade” de tudo o que foi feito. Ouvindo essa história, leitora, lembrei-me do Carl Gustav Jung, que aprendi a admirar quando fazia Psicologia na PUC/RS, uma universidade “católica”. Jung criou a Psicologia Analítica, que em muitos aspectos se confunde com a Psicanálise freudiana. Jung enfatizava que todos os seus “pacientes”, acima dos 35 anos, tinham como base de suas neuroses e infelicidades uma questão religiosa não resolvida. Jung deixou claro que a falta de fé era a causa maior da angústia inquietante nos adiantados da vida das pessoas. Olhar para trás, ver tudo o que foi feito, tudo o que foi enfrentado, tudo o que foi vencido e conquistado para chegar numa certa idade deixar tudo e morrer…? De que valeu todo aquele esforço? Que vida inútil é essa? Esse era o queixume mais comum dos clientes de Jung. A questão era, se não houver uma esperança de “reencarnação”, de outra vida, até de uma vida eterna, como ensinam muitas religiões, para que serve tudo o que fazemos? Quem tem fé, quem crê mesmo num deus, quem não acredita que a morte é o fim, é pessoa iluminada e tem uma vida mais leve… E feliz.
SOLIDÃO
Pesquisadores da Universidade de Harvard acabam de concluir uma longa pesquisa sobre – Qual o caminho para a felicidade? Garantem que não é o dinheiro, não é a carreira, não são os exercícios físicos nem a comida que produzem felicidade nos humanos. Afirmam que a felicidade está nos relacionamentos, nas amizades. Pesquisa inútil sobre uma obviedade. Os idosos, mais próximos da solidão, ou já sabem disso ou vão logo descobrir… Sozinhos nem a Mulher Maravilha nem o Tarzan são felizes.
OBSTINAÇÃO
Uma obstinação minha. Fico imaginando quantos minutos duraria a “civilização” se por uma razão qualquer todas as leis fossem suspensas e passasse a valer “o vale tudo” por 24 horas… Sim, muitos ficariam quietos num canto esperando que a loucura passasse, mas… Não tenho dúvidas, os vagabundos destruiriam o mundo em poucos minutos. O que há de enrustidos vagabundos por aí… Aqui perto…
FALTA DIZER
Funções iguais não significam competências iguais. Há um projeto do governo federal no Congresso que visa à igualdade salarial para homens e mulheres na mesma função. Hipocrisia política. Funções iguais não significam proficiências equivalentes. No futebol todos jogam iguais? Não, os “craques” merecem mais. Entre ela e ele, que o melhor ganhe mais. O resto é politicagem.