“Velhos e jovens”

Por: Luiz Carlos Prates

02/02/2019 - 10:02

Com os “velhos” a conversa é outra. É outra porque os “velhos” vêm do tempo das âncoras no trabalho. E o que eram essas âncoras? Simplesmente, um jovem saía das fraldas da família, obtinha um emprego e… se não houvesse qualquer acidente de percurso, ficaria naquele emprego por anos e anos, isso quando nele não se aposentava. Jubiladíssimo.

Era muito comum. Tudo mudou. E acabei de ler, um tanto desencantado, sobre a mudança.

Ouça este trecho de um especialista em mercado imobiliário – “O sonho da casa própria, um dos chavões usados para versar sobre os anseios do brasileiro, parece não ser mais tão importante para a geração recém-saída da casa dos pais. Grande parte desse segmento, mesmo tendo dinheiro suficiente para comprar um imóvel, prefere pagar aluguel.

O que justifica esse comportamento é a vontade de, numa sociedade cada vez mais dinâmica, não ter que ficar preso a um endereço por muitos anos, cenário provável em financiamentos residenciais longos”.

Em resumo é isso. Mas tem mais. Os tais jovens de hoje preferem gastar dinheiro em viagens e cursos (cursos?) e dizem valorizar a liberdade de poder se mudar sempre que quiserem…

Ouviste bem, leitora, leitor? Os jovens, maioria, querem bater asas, borboletear de endereço em endereço, mas o diacho é que também fazem isso nos empregos, não querem raízes, âncoras…

Dessa postura tem resultado um mercado de trabalho especial. De um lado, empregadores que não querem gente que chegue para ficar, acomodando-se na empresa, e de outro lado os que chegam também não querendo ficar por muito tempo.

Sabes o que resulta disso? Trabalho malfeito, sem compromissos maiores e insatisfação dos empresários com os resultados apresentados por esse tipo de gente. Há quem diga que não há como evitar e muito menos voltarmos no tempo.

Os tempos mudaram. E o primeiro sinônimo dessa mudança é instabilidade, em tudo, a começar pelos casamentos, você sabe bem, não é mesmo, leitora? Deve haver bons casos aí perto, na família…

É claro que também havia outras virtudes no pessoal mais antigo. Uma dessas virtudes era a certeza de que não podiam fazer nada que os comprometessem moralmente sem que a empresa onde trabalhavam fosse igualmente prejudicada. Hoje, tanto faz quanto tanto fez.

Ouço a maioria dizendo que hoje é bem melhor que ontem. Depende do ponto de vista. Os bons navios continuam com “âncoras”.

Sucesso

Sucesso na vida não é estacionar um carrão no pátio da empresa, sucesso vem de a pessoa reunir em torno dela competência, personalidade e paixão nas ações cotidianas. Com isso, ninguém passará despercebido. E ninguém pode se dizer excluído desse jogo. Todavia, é sabido que rubor facial e ardência por ser, antes de ter, é para poucos, posto que possa ser para todos. O mais é desculpa de fracassados.

Diploma

Muitos jovens, eles e elas, bobões da corte, se achando e fazendo pose porque têm diploma de Medicina. Não é o diploma que faz o médico, mas a sua vocação sacerdotal para a cura, uma luz que faz a pessoa nunca se dar por satisfeita com o conhecimento que tem. Um grande médico, ou qualquer profissional, só será grande pela competência, nunca pelo diploma. Certo? Acho muito bom.

Falta dizer

Aos mandriões que andam por aí querendo e esperando vantagens é bom que saibam que – “A viagem para o sucesso não é feita de 1ª classe, é preciso atravessar desertos”. Os “jovens”, eles e elas que andam por aí, nas baladas estúpidas da vida, que cresçam para as responsabilidades, ou que se preparem para enfrentar os delegados…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.