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Vale para todos

Por: Luiz Carlos Prates

11/04/2017 - 09:04 - Atualizada em: 11/04/2017 - 16:55

Doenças mentais podem não existir… Elas são criações dos povos no tempo e no espaço. O que é doença mental hoje pode não ser amanhã. O que é doença mental aqui pode não ser acolá… Os conceitos mudam no tempo e no espaço, mudam para tudo. Vou abrir a janela.
É assim… O que chamamos de doenças mentais são classificações sociais, o que povo, por maioria, faz é tido como certo. Já as minorias, diante de certos atos, estão erradas ou doentes. E antes que alguém pense o pior, dou um exemplo. São poucos os que roem as unhas todos os dias, quem faz isso é “neurótico”, segundo classificação da Organização Mundial da Saúde, tem até nome o ato de roer unhas: onicofagia. Mas como a maioria não rói unhas, a maioria está “certa”, quem rói está “errado”, é neurótico.

E isso vale para a depressão. Não considero depressão uma doença, não considero. Explico. A infelicidade e o estresse provocam desarranjos hormonais dentro de nós, e esses desarranjos passam por distúrbios na produção de hormônios que nos dão energia, vida… Sem um bom trabalho dos hormônios, por exemplo, serotonina, noradrenalina e dopamina, adeus, tia chica, ficamos à deriva, sem graça, para baixo, depressivos. Não é doença, nós é que nos abatemos por infelicidades criadas por nós e por estresses, não raro, ridículos. Ficar triste é uma coisa, depressivo é outra. Tristeza tem prazo de validade, depressão não… Tristeza sabe-se de onde vem, depressão não…

E sempre que falo disso, lembro de um colega que tive e que brigou por muito tempo com o sobrepeso dele, era gordo. Fazia dietas e… nada. Mas… Havia outro problema: sérios desajustes conjugais, a mulher dele era “fogo nas ventas”, não deixa passar o que ela achava que ele fazia fora “das leis” do casamento. E o pobre do cara não fazia nada. Para compensar os atritos do casamento, ele comia além da conta, claro que era por isso o sobrepeso irredutível dele. As encrencas se avolumaram e ele acabou demitido, tinha um alto cargo na empresa onde trabalhava.

Deprimiu-se, posto que lhe fora dada outra boa oportunidade em empresa do mesmo ramo da anterior. Mas não adiantou, ele estava muito frustrado, ansioso, angustiado mesmo, depressivo, penso… Teve um enfarto sem volta. Morreu do coração, disseram todos. Não foi o coração que o matou, foi a infelicidade dele e os estresses que o consumiram. Vale para todos os humanos, para todos.

Anote
Eu podia dizer essa “bobagem” por mim mesmo, mas fica mais robusto dizer que quem a disse foi Arthur Schopenhauer, o filósofo niilista alemão: – “A nossa felicidade depende mais do que temos nas nossas cabeças do que nos nossos bolsos”. E quem não sabe disso, Arthur? – Ah, tens razão, a maioria, a maioria escandalosa não sabe disso.

Falta dizer
“Meus pensamentos se transformam em minhas palavras; minhas palavras se transformam em meus atos; meus atos se transformam em meus hábitos; meus hábitos se transformam em meu caráter; e meu caráter se transforma em meu destino”. Tudo depende de nós, leitora. E tudo começa lá em cima, na cabeça.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.