Um leitor, ouvinte e “telespectador”, amigo que me acompanha pelo meu Canal (Canal Luiz Carlos Prates no Youtube), me mandou uma mensagem desabafo. Contou-me de sua origem pobre, o esforço dos pais para educá-lo, as dificuldades no mercado de trabalho, as “surpresas” nos relacionamentos, tanto afetivos quanto sociais e com colegas, enfim, contou-me resumidamente sua vida. Ele é paraense.
De tudo o que o amigo me contou, uma frase me ficou ardendo nas retinas e no pensamento. O companheiro me disse que, sem se fazer de bonzinho ou vítima, que é uma pessoa boa, educada, honesta, que não tenta passar ninguém para trás, que não faz nada que o possa condenar diante do juízo alheio, mas… Mas que vive mal, vive sendo envolvido em encrencas que ele não cria, tanto na família quanto fora dela… Resumiu dizendo que é uma pessoa honesta, então, por que tantos sobressaltos, angústias e, de certo modo, infelicidade? Por que a vida lhe tem dado esse “troco”? Por quê?
Respondo dizendo que é exatamente por isso que ele sofre, porque é bom, honesto, não ofende pessoas nem tenta levar vantagens indevidas sobre elas. É isso. Uma pessoa assim costuma ser comedida, não avança o sinal dos indevidos na vida, fica na sua.
E são essas pessoas as que mais sofrem no mundo de hoje, ah, sem dúvida. Bom, honesto, controlado, sem “crimes” nos relacionamentos? – Ah, companheiro, pessoas boas, competentes no trabalho, educadas, honestas… sofrem o que o Cristo sofreu na cruz, sem pecados.
O mundo está tomado por bandidos e bandidas, safadas e safados bem-vestidos, com diploma na parede, dinheiro no banco, ostentações de todo tipo, mas… caráter que é bom, nada. E o diacho é que esses demônios humanos, até serem flagrados em graves delitos, vão continuar assobiando deboches e vantagens sobre os “trouxas”, os corretos, os bons.
Essa é a verdade do mundinho pútrido de hoje; para cada ser humano com predestinação ao bem nascem dezenas para o roteiro do mal. Qual é a saída? Aqui na Terra nenhuma, senão termos a prudência e a paciência de Jó para escolher outras pessoas boas que nos valham a pena nos relacionamentos. Elas existem, mas são tão raras quanto às velhas agulhas em palheiro. Um horror!
Aposentados
Há quem creia que os safados escondem bem as unhas antes de uma conquista, afetiva ou de negócios. Negativo. O safado, ele ou ela, mostra as unhas o tempo todo, nós é que fingimos não ver, temos algum interesse… Logo, não nos queixemos. Mas as unhas sempre estiveram ali, à mostra.
Falta dizer
Repetindo: uma pessoa que tenha olhos de perceber e ouvidos de escutar, convenhamos, nunca vai casar, afinal, ele ou ela está o tempo todo mandando sinais sobre quem de fato é, nós é que não queremos escutar ou perceber. Não dizem que o amor é cego? Cego de estupidez.