Vai um uniforme aí?

Por: Luiz Carlos Prates

10/08/2016 - 04:08

Acabei de ouvir um psicólogo, num desses programadas de televisão mostrados às tardes. Ele estava falando sobre costumes e maus costumes, como, por exemplo, o consumismo. O consumismo é um vício da falta de educação, o consumista não precisa do que ele está comprando…

Um bom exemplo do psicólogo foi este: – “Quem tem dois relógios nunca sabe a hora certa”… Dei-lhe toda a razão. Se você tiver dois relógios, pode ir lá dentro e tirar a prova, não vai achar dois relógios com a mesma e exata hora…

O que o psicólogo quis enfatizar é que temos demais e usamos de menos. E no caso das roupas, nem se fala. Mulheres têm armários e armários de roupas de todos os tipos e, pior de tudo, roupas que não usam há muito tempo e nem mais vão usar…

Tenho observado atentamente aos profissionais da TV Globo nesta Olimpíada. Todos uniformizados, nenhuma mulher “customizou” a saia ou a blusa, nem seria louca de fazer isso. As saias têm um centímetro abaixo do joelho, como convém às pessoas elegantes, de bom gosto. Os homens na deles, tudo bem.

Por que as empresas, de modo generalizado, não “impõem” uniformes aos seus funcionários? – Ah, Prates, aí ninguém iria querer trabalhar nessas empresas? Ué, como é que há multidões querendo ser militares ou aeromoças e comissários nas companhias aéreas?

Uniformizadas, quanto as pessoas economizariam em roupa, dinheiro folgado para que comprassem bons livros todos os meses? Claro que estou brincando, ora já se viu alguém economizando nas roupas para comprar livros, ora já se viu!

Uniformizar todos os colégios seria uma boa para os pais, e a assanhada que customizasse a blusa ou a saia seria mandada de volta para casa, suspensa. Que tal?

Que tal junto com os uniformes a Educação Moral e Cívica, do prézinho à pos-graduação dos patetas, hein? Ou você acha que o mundo poderá continuar andando sem que haja uma formidável Revolução Cultural mundial? De jeito nenhum. As coisas vão de mal a pior, e não vamos longe, olhe os imbecis pelas ruas, batendo com a testa nos postes mas “brincando” com os celulares… Ou, por acaso, não serão patetas?

Tudo pode começar, discretamente, mas implacavelmente, com a adoção dos uniformes. Ah, e quem disser que não topa uniforme, pergunto: não toparias um contrato com a Globo nas Olimpíadas?

Milagres
Muitos dizem acreditar em milagres, mas se traem nos atos. Milagres precisam de muita água benta e disciplina, sem esses dois “fermentos” da vida, nada feito. Água benta, você sabe, é o suor da testa… E disciplina é o de que precisamos para cruzar com sucesso o oceano da vida. Disciplina se ensina no berço dos filhos, depois, será tarde. Vem daí o terror por que passam hoje as professoras em sala de aula. Quem quiser que os filhos tenham futuro não lhes deixem apartamentos ou dinheiro, deixem disciplina, boa educação. Os filhos serão ricos na vida…

Falta dizer
Um japonês, desses milimétricos na ginástica olímpica, após os saltos e a nota máxima, disse que não acredita em Deus, acredita em treinamentos. Galvão Bueno disse que ele bem poderia acreditar em ambos. Deixa o cara, Galvão. Deus costuma se disfarçar de “treinamentos” em nossas vidas…