“Vai um abraço aí?”

Por: Luiz Carlos Prates

19/01/2019 - 12:01

Posso começar com uma pergunta? Grato. – Quando foi a última vez que você foi abraçada, abraçado sem uma razão especial, aniversário, por exemplo? Outra pergunta, já que você foi gentil: – E quando foi que você deu um abraço “sem motivo” em alguém? Pode ser um abraço dentro de casa, na mulher, no marido, num filho… Quando?

Nós, humano, somos bichos de movimento e afetos, afagos, toques. Sem movimentar o corpo diariamente com a energia dos bichos e quando não tocamos as pessoas, quando não somos tocados, ficamos sem forças para o trabalho e doentes, frágeis emocionalmente. Faltam-nos, no caso, toques, afagos, afetos.

Vim até aqui para reconhecer uma iniciativa que tem todas as razões a justificá-la, falo do movimento que uma pessoa ou algumas pessoas fazem de sair às ruas oferecendo abraços a quem passa. Parece uma bobagem de quem não tem o que fazer. Parece, mas… Tanto as pessoas que saem para oferecer os abraços quanto às abraçadas ficam bem faceiras e muitas, sem se dar conta, ganham um novo viço para o dia que está pela frente.

Sei de casos de pessoas que ao ganhar um abraço, um abraço de rua, de alguém desconhecido, saem chorando. Um choro diferente, um choro provocado pelo sentir-se a pessoa reconhecida, viva…

Ocorre que vivemos, coletivamente, quase sem exceções, numa formidável crise de afetos, de abraços, de companheirismo genuíno…. Quantos pais abraçam os filhos? Quantos filhos fazem isso com o pai, com a mãe? Raros, raríssimos.

E não me venha alguém dizer que acabou de ganhar abraços e beijos, está em lua-de-mel. Ah, por favor, não me amole, além do que, isso passa e passará muito rápido. Depois virá a “estiagem” dos casamentos.

Os abraços que damos e recebemos são daqueles de corredor de empresas, batidinhas no ombro, sem consequência, nem afeto. São meros cumprimentos.

Vem desse deserto de afetos, abraços, afagos, beijos de carinho gratuito a nossa fragilidade existencial, as nossas securas do coração. Mas que fique claro, quem não dá, não recebe. É a tendência. E ao dar um abraço, um beijo no filho, na filha, na mãe, no pai, em quem for, não pode haver segundas intenções, tem que ser algo ditado pelo coração. Raro, muito raro. Tudo bem? Agora, com licença, vou dar uma volta pelo centro, talvez ache alguém oferecendo um abraço…

Horror

Garota brasileira, 21 anos, foi buscar experiência profissional e emprego em Portugal. Sumiu. Família em desespero. Santo Deus, quantos e quantos brasileiros incompetentes, aventureiros, inventam essa história de que lá fora é melhor do que aqui? No  Brasil temos tudo, de colégios a empregos, tudo. Mas os “desatentos” dizem que lá fora é melhor. Sei bem o que buscam… Quem tem foco, persistência, fé e vergonha na cara se realiza por aqui mesmo. Sei bem…

Ridículos

Elas só atraem machinhos/impotentes. Quem? Jovens mulheres de todas as classes sociais que vestem roupas provocantes, empinam o traseiro e fazem selfies com caras e bocas insinuantes. O que estão buscando? Provocar outras mulheres ou fisgar “marombadinhos” analfabetos? Respeitar-se e melhorar a cabeça com bons conteúdos confere à mulher a beleza eterna, a que vai conquistar Homens de igual valor. Quanto às outras? Que mandem lembranças a Maria da Penha…

Falta dizer

Precisamos de várias “máscaras”, o teatro da vida tem muitas peças… Que não sejamos, por exemplo, no trabalho o que somos em casa. Seríamos insuportáveis. No trabalho é preciso usar a “mascara” do que é mais conveniente para o relacionamento com os colegas e os lucros da empresa. Ninguém aguenta os – Ah, e sou assim e pronto!