“Um sinal”

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

13/06/2019 - 07:06 - Atualizada em: 13/06/2019 - 07:36

Vou contar uma vivência pessoal, de um dia destes. Mas antes preciso dar umas voltas…

Li todos os livros do Paulo Coelho. Paulo tem o vezo de acreditar em “sinais”. Esses sinais são mensagens que nos chegam não se sabe de onde. Eles podem ser divinos, podem ser da própria Natureza, ninguém sabe… Os sinais existem, escreve Paulo Coelho. Divido com ele essa crença.

Em muitas questões ditas metafísicas creio e descreio. Já disse aqui que quase fui padre, fui “salvo” na última hora… Mas se tivesse sido padre seria um cético. O cético não crê, mas deixa a porta aberta para o credo. Deixe-me contar da experiência por que passei.

Foi dia destes. Eu estava encrencado da vida, vida emocional. Era um sábado. Ao início da tarde, fui para um canto da casa e cochichei para o “Universo”: – “Manda-me um “sinal”, um sinal daqueles que não deixam dúvidas”! Feito isso, amigos me telefonaram para convidar para um café da tarde. Fui.

Na casa dos amigos, mesa farta, gente alegre, mas… Para mim nada era agradável, sabes aquele azedume que nos impede de sorrir? Era daqueles.

Mesa farta, como disse, pessoas alegres e eu tinha quase esquecido da minha conversa caseira com o “universo”: – Manda-me um sinal, um sinal bem claro! Segredo meu.

Sentei à mesa do café, o café foi servido, as pessoas eram simpáticas, entendiam o meu ar sorumbático e a coisa seguia alegre… Para os outros.

À minha frente, do outro lado da mesa do café, sentava uma pessoa muito especial para mim. Essa pessoa, dado momento, levanta a xícara para tomar o primeiro gole de café e… Fui derrubado pelo “sinal”.

A xícara dessa pessoa era totalmente pintada com letras, letras sem ordem, letras simplesmente desenhadas ao redor da xícara… Mas ao meio das letras desordenadas saltava um nome, absolutamente destacado sem qualquer outro destaque, dá para entender? Não era impressão minha, o nome estava escrito na xícara, um nome incomum… Podes crer? – “Ah, mas as coincidências existem, Prates”! Não, não nesse caso. Ademais, já foi dito que coincidência é o pseudônimo de Deus quando Ele não quer assinar… Procurei exaustivamente naquela xícara qualquer outra palavra acidental, qualquer… Não havia. Só o nome do “sinal”. Saí tonto. E feliz.

 

Provas

A Psicologia ensina que “a predisposição altera a percepção”, vale dizer que tendemos a ver o que desejamos ver. Disso resulta que muitas de nossas “visões” na verdade não se alicerçam na realidade, mas na nossa vontade inconsciente. No caso do “sinal” que me chegou aos sentidos, e que contei aí em cima, era uma visão real, a xícara estava ali e o nome nela pintado era mais que um sinal… Impossível não sair tonto.

 

Músicas

Acabei de ouvir a entrevista de um casal de músicos no programa do Ronie Von. Músicos clássicos. Tocam em casamentos por todo o Brasil. O curioso foi saber que as músicas de entrada dos noivos na igreja costumam ser escolhidas pela noiva. Geralmente músicas clássicas ou religiosas. Já as músicas de saída da igreja são escolhidas pelos homens e… Horror puro. Eles, por maioria, escolhem o hino do clube de futebol. Não adianta, o brega é brega e vai morrer brega.

 

Falta Dizer…

Quando ouço dizer que é cada vez maior a exigência do domínio de um segundo idioma, fico a pensar sobre um vendedor de loja. Ele não fala inglês, mas encanta com o português de que faz uso, é educado e conhece psicologia de vendas… Vais dispensá-lo? Vendemos em “bom” português…