Um passeio estranho – Leia a coluna de Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

03/09/2022 - 05:09 - Atualizada em: 03/09/2022 - 11:15

Ando para lá e para cá a procurar por palestrantes americanos, quero ouvi-los nos fones. Duas razões: escutar suas psicologias e treinar o inglês. Motivos fazem-nos andar… Ontem comecei a ouvir Norman Vincent Peale (1898/1983). Esse sujeito foi pastor evangélico, escritor campeão de vendas e comentarista de rádio. Um sucesso. O livro dele que ontem comecei a ouvir foi um dos seus maiores sucessos: The Power of The Positive Thinking, O Poder do Pensamento Positivo.

Nesse livro, Norman se alonga em orientações, conselhos e exemplos a que ele testemunhou em pessoas que o procuravam na igreja. Um ponto comum dessas pessoas: muito estresse. E olhe que isso já tem décadas. Dois pontos enfatizados por Norman vou lhe recordar agora, leitora. Vamos lá. Diminuir o passo. O passo das pressas em que vivemos. Tenho que fazer isso, tenho que fazer aquilo, estou atrasado, acho que não vai dar tempo, meu Deus, que horror! E assim, um dia após outro. Norman insistia, diminua o passo, organize-se melhor, uma coisa de cada vez e se der tempo…! Correr apressa os batimentos cardíacos pelo derramamento de hormônios indevidos na corrente sanguínea, isso envenena a saúde e… Tem matado muita gente.

Agora, um dos conselhos que o americano pastor deu é de pensar. Ele sugeriu, quando você estiver muito estressada e o leitor estressado, dar um passeio. Deixe tudo de lado e dê um passeio, passeio demorado, a manhã toda, se possível. Sabes onde esse passeio? No cemitério. Andar entre os túmulos, sentar-se, olhar os túmulos e pensar: – “Esse pessoal todo que está aqui um dia, ou a vida toda, andou com muita pressa, tinha muito o que fazer, estressava-se olhando a toda hora para relógio… Agora, esse pessoal tem todo o tempo da eternidade para não precisar correr.

Que tal esse conselho, leitora? De fato, somos de uma estupidez “sepulcral”, achamos que o tempo é nosso, que somos os tais, que sem nós ninguém respira, que somos, enfim, indispensáveis. Pobres lacaios que não se dão conta de que estão a acelerar o caminho para o ponto final. Um ponto que ninguém sabe onde está, mas que pode estar daqui a minutos… Vai saber. Que tal o passeio sugerido? Ah, perfeito, só se não demorar muito, temos pressa…

INTELIGÊNCIA

Costumamos admirar quem tem um elevado Quociente de Inteligência, coisa dos gênios. Será? Agora, americanos que estudam as inteligências múltiplas, garantem: quem tiver melhor QE – Quociente Emocional, tem tudo para se dar bem na vida, mais que os “gênios”. É que os “gênios” são bons numa área, já os arejados da Inteligência Emocional são mais proficientes em todos os contatos humanos. E hoje é o que está decidindo. Aliás, é a Inteligência Emocional a aliança dos bons casamentos.

DESCASO

Eu disse descaso? Errei, é estupidez. E os genitores dela, e o marido não sabem de nada? Numa movimentada rua de Florianópolis, uma lambisgoia ia de bicicleta, levava um bebê num banquinho à frente dela, dirigia só com uma das mãos e na outra olhava o celular. Depois uma ordinária dessas é atingida por um ônibus e a culpa vai ser do motorista? Ordinária. E os da família não a proíbem? Lixos humanos.

FALTA DIZER

Já li, reli e tresli a Bíblia (tresler não é ler três vezes, é ler de trás para frente). E nessas leituras nunca ouvi Cristo pregando esquerda ou direita, nunca fazendo proselitismo político. A “política” de Cristo era a honestidade, o bem… Então, por que boçais andam fazendo pregações políticas alicerçados na religião, hein, boçais?