Tempo perdido – Luiz Carlos Prates

Por: Luiz Carlos Prates

17/01/2024 - 07:01

Para de perder tempo, cara! Eva dizia isso a Adão – “Para um pouco, tu andas para lá e para cá jogando tempo fora, vai achar o que fazer”! Eva tinha razão. Mas atenuo os despropósitos de Adão ao fato de que ele morava no Paraíso, numa boa… Pois é, mas deu no que deu… E nós, aqui fora, longe do Paraíso, temos o direito de jogar tempo fora? Um monge budista sentado, olhos fechados e meditando, esvaziando a cabeça, está jogando tempo fora? Meditar para o monge é viver. Como posso saber se estou perdendo tempo ou não na vida? O tempo é curto, o “ponto final” vai chegar para todos, seja pobre ou rica a pessoa. Estou dando estas voltas porque estou acompanhando um fuzuê gerado pela declaração de uma jovem mulher, 24 anos, que numa “palestra” falou sobre produtividade e realizações na vida. Certa altura, ela disse que muita gente joga tempo fora e depois se queixa da vida. Mais ou menos isso. – Ah, pra quê! Estão dando de chinelo nela, críticas de todo tipo, quem é ela para dizer o que disse? – perguntam. Muitas pessoas se ofendem quando alguém insinua que elas jogam tempo fora, jogar tempo fora pode significar vadiagem na vida. A crítica feita à jovem mulher alicerçava-se, com certeza, sobre o fato de ela ser filha de um famoso e rico humorista da televisão, ela propriamente dita nunca fez nada. Bom, vivo dizendo que sem antes de o sujeito ter construído uma história profissional que não venha a falar de produtividade e excelências na vida. Todavia, nesse caso, a palestrante não está errada, jogamos muito tempo fora na vida, tempo com bobagens, com inutilidades. Há todavia um atenuante nessa questão: se a pessoa está perdendo tempo (jogando tempo fora) mas ela pensa que está fazendo o que tem que fazer, a conversa é outra. Já foi dito que a felicidade só pode ser alcançada como efeito de alguma coisa e não como meta de vida. A pessoa quer ser feliz e fica esperando, não luta por nada, não tem um propósito na vida, nada… Mas quer ser feliz. Bolas, não vai ser feliz. A felicidade é o troco de uma luta, de uma causa por que lutamos. O mais é querer colher sem ter antes semeado.

EQUÍVOCOS

A média, seja no que for, nos engana. Se, por exemplo, 51% da população roem unhas (onicofagia) essa neurose vira normalidade, está acima da média. Quer dizer, o certo é o que a maioria faz. Será? Raramente. A média salarial numa empresa é, por exemplo, de R$ 5.000,00. Média boa, mas veja bem, é média. A maioria ganha menos, os “bacanas” ganham um dinheirão, a média atinge um número bem tentador. Mas é só média. Olho vivo, a matemática é sacana.

CARIDADE

Caridade umas pitangas. Artistas e especialmente jogadores de futebol que ganham rios de dinheiro, lá pelas tantas na carreira decidem por fazer caridade, iniciam o funcionamento de associações beneficentes, claro, para os pobres e doentes ou necessitados. Caridade? Na aparência. O dinheiro investido lhes resulta em mais fama porque é abatido do imposto de renda que teriam que pagar. Indiretamente quem paga é o povo…

FALTA DIZER

Para que o Dorival Júnior honre as calças que veste terá que deixar o Neymar no banco ou nem convocá-lo. Dorival foi o primeiro treinador de Neymar e de cara descobriu o caráter do jogador. Duvido que o treinador tenha essa coragem ou “liberdade”. Seleção Brasileira? Derrotas antevistas.

 

 

 

 

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.