Temos que casar com nós mesmos – Leia a coluna do Prates desta quarta-feira (8)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

08/04/2020 - 06:04

Só há um casamento que pode nos dar certo na vida. Só um: o casamento com nós mesmos. Se esse casamento não der certo, nenhum outro vai dar, e não adianta a santinha ou o bermudão resmungar, não vai dar certo.

Estes dias por que estamos a passar nos têm levado à reflexão de toda sorte, afinal, o que mais as pessoas estariam fazendo de melhor neste momento?

Várias vezes citei aqui uma frase que encerrava um programa na TV Cultura de São Paulo, o programa – “Quem tem medo da música clássica”? Coisa rara na televisão.

E o apresentador – Arthur da Távola – encerrava o programa com a frase – “Quem tem vida interior não sente solidão”. Inexcedível.

Duvido que alguém com “razão” dentro dos miolos discorde. Vida interior é o de que mais precisamos para os todos os dias da vida e, de modo especial, para momentos como estes por que passamos, momentos de ficar em casa, isolar-se de pessoas, viver a vida sem as alienações dos rebanhos nem as estultícias do lazer estúpido.

Por que tantos precisam estar perto de alguém ou de muitos? Simplesmente porque não se toleram consigo mesmos. É preciso a distração de alguém à frente dos olhos, é preciso barulho, é preciso ir e vir…

Quem gosta de ler? Os que gostam têm a melhor companhia, a companhia do passaporte para todos os mundos, vale para quem aprecia a música de qualidade, a que não entorpece os sentidos pelo barulho desafinado, tipo as músicas que o rádio toca hoje o dia inteiro…

E por que as emissoras tocam as músicas que tocam? Porque quem as ouve não tem vida interior, tem vazios, tem desesperos e nenhum apuro estético…

Quantos e quantos casam para fugir da solidão? Vão amarrar suas solidões com outras solidões, vazios com vazios produzem o eco do nada. O Coronavírus veio mostrar, em pouco tempo, o desespero em que a maioria vive no deserto do falso lar.

Ficar em casa é insuportável para quase todos que andam por aí, pudera… Construíram agrupamentos, não famílias. Pais passando aos filhos os seus vazios, os seus desesperos e depois se queixam com a avalanche de filhos, jovens, que andam por aí em silenciosas angústias, desesperos, drogas, rebeldias, improficiências, depressão e suicídios.

Esses jovem têm exemplos: seus pais, os ecos do nada.

Trabalho

Precisamos, já disse, de casar bem. Casar bem com nós mesmos, e esse “casamento” envolve um trabalho ardente, que nos seja uma “paixão”, sem divórcio.

Infelizmente é para poucos, afinal, sabe-se que quase 75% dos brasileiros são infelizes no trabalho. Casaram com o trabalho errado porque quiseram, como é que para safadezas lutam e são bem dissimulados? Sem chiados, molengas!

Ela

Acho que já contei aqui, não lembro, de uma história que faz tempo tenho comigo. Um casal foi passar as férias em Paris. Poucas fotos, não havia ainda selfies. Quando voltaram e começaram a contar da viagem para os vizinhos, uma garota de 15 anos começou a fazer perguntas.

Os viajantes não tinham respostas, a guria sabia mais de Paris que os viajantes. Lera muito sobre a França. É o que eu vivo dizendo. Ler é viajar sem sair de casa, ouviram “quarentístas” vadios?

Falta dizer

São “quase” incontroláveis as multidões de broncos no Brasil.

Em São Paulo, numa praça, reuniram-se centenas de idiotas no fim de semana, parecia uma festa, todos desconhecidos, mas unidos pela estupidez.

No Rio, a prefeitura mandou colocar cercas nas praias…

E por aqui não é diferente, os ignorantes fazem churrascos e encontros, querem estar juntos. Tomem!

 

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