Antes da conversa de hoje, preciso dizer que não costumo falar doce nem fazer gracinhas com crianças ou adolescentes. Pelo contrário, jogo duro com eles, muito duro, mas… Descobri também, faz tempo, que crianças e adolescentes são muito mais espertos do que muitos pensam. Aprendi muito quando me iniciei como palestrante e entrei em salas de aula nas primeiras vezes. Davam-me um certo horror aquelas “hordas” de guris e gurias com cara de – e aí, companheiro, a que vens?
Começo minhas palestras com eles jogando duro, duríssimo, nada de improvisos ou simpatias gratuitas, tudo é dito em cima de verdades. E descobri (não me vou elogiar, seria ridículo) com eles o melhor aplauso, o mais frenético, o mais sonoro, o mais alongado, sinceridade pura. São sensíveis para ouvir e “entender”. Fico muito feliz em estar com eles e sabê-los nada ingênuos, e muito carentes em ouvir verdades, questões e modos que o podem ajudar… Bom, vamos ao assunto, afinal, o espaço está quase no fim.
Nas palestras, engrosso a voz quando falo às gurias, digo quase gritando que estudem muito, muitíssimo. A partir do estudo, busquem excelência em uma atividade profissional, excelência, eu disse, excelência. Do estudo e da excelência num trabalho, partam para a emancipação financeira, completa e soberana, e… só depois disso, muito depois e, se for o caso, pensem em casar. Não troquem a ordem, vão se dar mal, muito mal, se o fizerem.
– Tudo bem, “seo” Prates, mas aonde queres chegar com esta conversa toda? Quero chegar a esta manchete, leitora: – “Irlanda fará referendo sobre papel da mulher”. O referendo vem a propósito de uma realidade inacreditável vivida ainda hoje numa área dita civilizadíssima do mundo: a Irlanda. A notícia diz que: – “A Irlanda realizará um referendo para “remover” (grifo meu) a cláusula constitucional que ressalta a importância da vida da mulher dentro de casa e encoraja mulheres a abandonarem o mercado de trabalho em prol de atividades domésticas…”. Tem cabimento isso ainda hoje? Tem. A mulher está ainda muito longe de ser livre do jugo dos homens. Homens? Que as mães acordem, eduquem suas filhas para o ser e não para o casar. Casamento? Se der tempo, sobrar dinheiro e for muito o caso… Antes é burrice. E precisavas, Prates, acabar a conversa assim, tão rude? Precisava.
A Irlanda realizará um referendo para “remover” a cláusula que ressalta a importância da mulher dentro de casa e as encoraja a abandonarem o mercado de trabalho. Tem cabimento isso ainda hoje?
Gentinha
Vi as fotos, não me sobraram dúvidas: gente metida. A mãe jovem, bonita e bem postada, e o filho, de igual modo, um guri “coxinha”, 10 anos. Foram presos e separados pela polícia americana, tentavam entrar clandestinamente nos Estados Unidos. O que foram fazer fora-da-lei nos EUA? Não pareceram pobretões na miséria. O que a lacaia queria longe do Brasil? Ora, o que os lacaios acham que vão encontrar lá fora: moleza. Vadios. Vale para todos os que acham que lá fora é mais fácil e melhor.
Tempo
Andamos ouvindo que os jovens de hoje são inquietos, criativos, que não se sujeitam a ficar muito tempo num cargo ou empresa, isso e mais aquilo. É bom que o pessoalzinho saiba que estatísticas mundiais informam que as pessoas competentes costumam ficar “muito tempo” na mesma função ou empresa. Os “saltitantes” da inquietação são, na verdade, inseguros e frágeis no fazer bem-feito. Estamos entendidos? Ainda bem.
Falta dizer
Criatividade é tudo, pois não? O restaurante estava anunciando – “Ele paga, ela não”. Duas amigas em Florianópolis foram ao tal restaurante, comeram, beberam, se divertiram e… na hora de pagar uma delas disse – “Só eu pago, ela é minha esposa”. O garçom ajeitou os óculos…