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A vigilância é o preço da eterna liberdade. E mantém o encanto

Por: Luiz Carlos Prates

19/04/2017 - 08:04 - Atualizada em: 19/04/2017 - 11:29

Os dois são cantores populares. Se eu disser mais uma única palavra você matará a charada, não vou dizer. Digo apenas, dois cantores populares, ele e ela…Dia desses, eles dividiam o mesmo camarim antes de uma apresentação. O cara é legal, faceiro, simpático mesmo, e sou durão para dizer isso de certos cantores… Ela também, passa maravilhosamente pelo gosto de muita gente… mas…
O tal cantor contou que nesse dia em que dividia o camarim com a “diva”, a moça precisou fazer uma “necessidade séria”, ah, não pensou duas vezes, sentou-se e fez, porta aberta, escancarada. O cantor, que se dizia até então “interessado” na moça, contou que a partir daquele momento viu o encanto quebrado, bah, não dá… Quem não se constrange minimamente para fazer “algumas coisas” na frente de “estranhos”, mesmo que muito conhecidos, revela-se. – “Ah, mas a pessoa não assaltou um banco”… Não é preciso, e a leitora sabe disso.

Precisamos entender que certos comportamentos são só nossos, posto que sejam da natureza humana, nem vou dar os exemplos mais impactantes, sabemos deles… Ah, se sabemos. Ter um mínimo de cuidados, “esconder-se” em certos momentos, faz parte da educação, do respeito pelos outros e, antes de tudo, por si mesmo. Ademais, quem faz “certas coisas” sem constrangimentos ao tempo de namoro, por exemplo, imaginemos o que não vai fazer depois, no convívio diário, na “rotina” que mata todos os mitos…

E nem vou precisar lembrar aqui de “necessidades menores” como o espirro e a tosse. Espirro e tosse exigem lenço, proteção na boca, cuidados, enfim, que evitem constrangimentos alheios e acabem por nos revelar mal-educados. E nos revelam do pior modo: sem educação e sem respeito pelos outros. Imaginemos isso num casamento, Santo Deus, é de pedir divórcio. Nossas “necessidades” são inerentes a todos os humanos, a todos os bichos, aliás, mas…

Mas somos racionais, inteligentes, fingimos todos ser alguma coisa e mais do que somos, logo… Logo, é manter a vigilância, afinal, Lincoln, o presidente americano, já havia dito que a vigilância é o preço da eterna liberdade, do mesmo modo como cuidados e educação produzem a eterna possibilidade de que encantemos pessoas, especialmente quando estivermos com elas num “camarim” qualquer da vida. Ai que vontade de dar o nome dela…

Razão
É por safadezas como essa que contei do vagabundo vendendo panos de limpeza no semáforo, que mais aprecio os caras que fazem malabarismos ou usam malabares para jogá-los para o ar e os apararem sem os deixar cair. Para fazer aquilo é preciso muitas horas de treinamento “diário”, de outro modo, cai tudo, vira fiasco e os caras não ganham nem para o cigarro. Isso é trabalho. Já o vendedor de panos de limpeza, com sua mensagem suja, é vigarista, chantagista emocional, te pego na minha delegacia, ah…

Falta dizer
Igualdade para todos? Só por méritos. Possibilidades de estudo e trabalho para todos, isso sim. Fora disso, é injusto igualar os desiguais. Há muita gente que não quer estudar nem trabalhar, quer o atalho para ter alguma coisa: ou ajudas “indevidas” ou a delinquência. E neste caso, ferro, muito ferro nos vagabundos.

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.