Só o que faltava

Por: Luiz Carlos Prates

13/01/2016 - 08:01 - Atualizada em: 13/01/2016 - 08:33

 

Gosto de frases, de aforismos, de ditados populares… Dois desses ditados. O primeiro diz: “Cada macaco no seu galho”. Traduzido para o cotidiano, bem que pode ficar assim: pai é pai e filho é filho, isto é, não são iguais e tampouco amigos. Um é pai, o outro é filho.

Outro ditado. “Tudo tem sua hora, hora de semear, hora de colher”… E assim com tudo. Acabo de ouvir uma mensagem publicitária de financiamentos do Banco do Brasil e fiquei buzina da vida, uso da palavra “buzina” para não dizer outra, um sonoro e chulo palavrão…

No tal anúncio do banco há vários pequenos diálogos entre pais, pai e mãe, e filhos. Num desses diálogos, o filho pergunta ao pai: “Pai, quando vou ganhar meu carro? E o pai responde: “Quando entrar na faculdade”.

Ué, o que significa isso? A resposta do pai é estúpida, o pai tinha que ter dito: “Vais ter o teu carro, filho, quando tiveres condições de comprá-lo”. Essa seria a resposta, nenhuma outra. De outro modo, fica a ideia de que o simples passar no vestibular garante um carro? Fica na publicidade a ideia de que o pai, é claro, vai dar o carro ao filho, afinal, a “criança” acabou de completar a maioridade e passou no vestibular.

Essa é a questão. Pais não têm que dar terrenos, casas, carros, o que for, aos filhos maiores de idade. Nem tampouco deixar-lhes pesadas heranças. O que os pais têm que dar é educação/moral na primeiríssima infância e depois, se for possível, um bom colégio. Só, nada mais. E, dando isso, deixam a melhor herança.

Mas qual, estou cansado de ver pais (?) prometendo viagens a Disney, carros, isso e mais aquilo, para que os filhos passem no Vestibular. É obrigação dos filhos, obrigação, que eles passem no Vestibular. Obrigação. Afinal, o que mais os pivetes têm que fazer na vida senão estudar? Neste país de falsos bonzinhos, os menores de idade não podem trabalhar, é lei. Lei para os outros, não para mim. Comigo filho tem que trabalhar desde “cedinho”, muito “cedinho”… Ué, gente. E essa de “Pai, quando é que vou ganhar meu carro?” – essa é de espantar urubus da carniça. Vadios. Ah, e quem dá o carro é… Pense o palavrão. Acertou. É isso.

LEIA A COLUNA COMPLETA NA VERSÃO DIGITAL DO JORNAL O CORREIO DO POVO

Notícias no celular

Whatsapp

Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.