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Só dois anos?

Por: Luiz Carlos Prates

22/03/2016 - 04:03

Casar é assinar contrato com a felicidade, certo? Nem no cinema… Um estudo sobre felicidade feito pela Universidade de Michigan, EUA, e pelo Instituto Alemão de Pesquisa Econômica jogou água gelada sobre muitos encantos do casamento. Foi um safanão nas expectativas dos noivos…

Antes de ir adiante e contar da pesquisa, penso que faz sentido dizer que a Miss Brasil não tem nenhum charme para o mordomo dela… É que o convívio mata o mito. Vale para o casamento. Sem essa de que casados de mais de três ou quatro anos ardem em fogueiras de desejo de um pelo outro, conversa mole.

Pois essa pesquisa dos americanos conta sobre o tempo de felicidade presumida de um casal após a celebração do casamento; não que não sobrem afetos e de uma certa felicidade entre os dois, mas nada do que foi por eles antes imaginado.

A pesquisa diz que “a maioria das pessoas acaba retornando a um nível de felicidade pessoal bem próximo ao anterior (ao casamento) algum tempo depois do acontecimento que era imaginado como de felicidade para sempre… Esse tempo de felicidade após o casamento é de dois anos, em média”. Depois disso as pessoas voltam a ser tão felizes quanto o eram antes de se casar…

Surpresa? Nenhuma. É inerente à condição humana, não digo enfarar-se com o que conquistou, mas a acostumar-se ao conquistado de tal modo que não há mais frêmitos diante da conquista. Vale para a compra de um carro novo, vale para o que for…

Uma outra pesquisa, essa da Universidade de Yale, EUA, diz que felicidade duradoura resulta muito mais de ter a pessoa amigos e pessoas queridas por perto. Não é preciso casar. As pessoas mais felizes são as que têm boas relações sociais, relações sinceras e com pessoas de bom caráter. E eu acrescento, coisa rara, bem rara. Sem esquecer que nós também temos que ter bom caráter para valer a pena a quem se aproxima de nós…

A felicidade ideal, a que buscamos desde sempre, não existe. O que pode existir é a felicidade efetiva, a comum, essa é possível. Depende só da nossa cabeça.

Então, fica bem claro que é inútil correr atrás do vento da felicidade ideal, bem melhor é pés no chão e celebrar a felicidade possível, a que anda por perto. Também é bom lembrar que essa felicidade “comum”, não a ideal, depende só da pessoa, não depende de algo ou alguém, não pode depender. E a felicidade no casamento dura, no otimismo, dois anos em média. A culpa não é minha, leitora, é do convívio. Depois de “alguns dias” desfazem-se os mitos e os encantos debaixo dos lençóis… C’est la vie!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.