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“Ser feliz”

Por: Luiz Carlos Prates

20/08/2018 - 14:08 - Atualizada em: 20/08/2018 - 14:14

Felicidade é uma encrenca na nossa cabeça. Penso mesmo que as pessoas de fato felizes não sabem disso… Aliás, um samba inesquecível cantado por Ataulfo Alves dizia que “eu era feliz e não sabia”. O sujeito dizia isso ao se deparar com a infelicidade.

É quase regra humana não nos darmos conta de quando estamos bem e quão mal podemos ficar a qualquer momento. Vem daí o incentivo budista para que vivamos o “aqui e agora” e alimentemos no coração a gratidão. Mas não é exatamente disso que quero falar.

É que acabei de “ouvir” num jornal uma entrevista de um sujeito que é considerado gênio no Vale do Silício, nos Estados Unidos, onde o mundo digital futuro está sendo encaminhado. O tal sujeito tem 58 anos (não lhe digo o nome, entrei nessa agora) e faz previsões para tempos bem próximos. Ele diz, por exemplo, que isso já é possível, mas que daqui a alguns “meses” será rotina nas casas… Você estará no trabalho e passará pelo celular uma senha para o seu robô cozinheiro, na sua casa.

O robô fará todo o almoço, arrumará a mesa, tudo como se fosse um serviçal de carne e osso. Tudo. E assim com outras tantas e tantas ações trabalhosas do cotidiano de hoje, tudo será uma rotina natural e coletiva. O ser humano fará muito pouco, disse o cientista. Ouvi e cocei o queixo. E daí, seremos mais felizes do que o somos hoje? Não, não seremos.

Hoje temos o avião, por exemplo. Num passado não muito remoto as viagens à Europa eram de navio, semanas e semanas de viagem. E aí, a vida melhorou, você é mais feliz hoje com o avião? Não. O avião já estava aí quando você nasceu. E tudo o que nos é natural não nos faz felizes. Queremos o que não temos, queremos algo que não nos pode vir de fora…

E a partir daí os robôs poderão fazer o que bem entendem, a ciência poderá nos dar todas as facilidades nas ações hoje trabalhosas, mas… Felicidade é um sentimento pessoal, despido de materialidades, é um sentir… e isso não vem de tecnologias ou de mistérios do além digital. Vamos continuar infelizes, como sempre. Afinal, e você sabe, são raros os felizes. E será que eles existem? Mas podíamos ser felizes, se não fôssemos tão estúpidos como somos…

Encrenca

Quem não for quase santo vai se dar muito mal num futuro bem próximo. Li sobre identificações digitais que os celulares vão fazer muito em breve. Nossa voz será identificada nos aparelhos e junto com ela vai aparecer nosso rosto e absolutamente tudo sobre nós. Não haverá como escapar. Com isso, acabarão as provas de seleção de pessoal nas empresas, candidatos serão plenamente conhecidos, sem embustes. Se for mesmo assim, aposto então que vão acabar os casamentos… Ninguém vai escapar.

Armação

Já me disseram – “Prates, não percas teu tempo com essa bobagem, com essa armação”! Perco sim. É a história do namoro de Bruna Marquezine com Neymar, tudo armação publicitária em torno de grandes momentos do futebol e para vender muitos produtos. Por que eles não se casam se ambos são ricos? Ora bolas, Marquezine tem mais o que fazer… Se eu estiver errado, que me desmintam: casem-se. Agora dizem que vão dar um tempo; claro, a Copa passou… Fake love.

Falta dizer

Ontem reli uma história triste. Para os “latinos” (tinha que ser), a palavra trabalho veio da palavra Tripalium, três paus. Tripalium era instrumento de tortura de escravos ou presos de guerra. Quer dizer, para os “latinos” trabalho é tortura… Vadios.

 

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.