Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Sabedoria dos tempos

Por: Luiz Carlos Prates

18/03/2016 - 04:03

À medida que o tempo passa, fica cada vez mais difícil ser feliz. Não falo do tempo cronológico de cada pessoa, falo do tempo coletivo, de todos. Para deixar mais claro, podia dizer que no passado era mais fácil ser feliz. Haverá quem conteste. O mundo, com seus valores e credos criados pelo ser humano em sociedade, nunca foi um lugar fácil para viver. Mas era um pouco mais fácil, sim. Digamos que era mais fácil antes do consumismo global em que fomos envolvidos e antes da busca insensata por títulos e valores que nada valem.

Esta semana ouvi uma incendiada conversa sobre felicidade. Tudo começou quando alguém disse que estava contando as horas para ganhar a Mega Sena… “Chega, não aguento mais a minha pobreza”, disse ele. E arrematou: “É hora de ser feliz”! A conversa ganhou labaredas…

O que é ser rico, perguntou um companheiro? Pergunta que repasso a você, leitora, leitor, o que é ser rico? Quase todos respondem pelo convencional: ser rico é ter muito dinheiro. Será?
O que é ser rico e o que é ser feliz? Definitivamente, ser rico não é passaporte para ser feliz. A felicidade costuma tomar assento em algo que nos falta, que desejamos. Quando não temos uma corda no pescoço, um problema que nos tire o sono, felicidade costuma ser um desejo, um capricho sobre algo material, costumeiramente material. Mas…

Para um “desamado”, a felicidade só voltará com o amor, o velho amor ou um novo. Para um doente, a felicidade está na recuperação da saúde. Para um faminto, estará na comida; para um aluno reprovado, estará na futura aprovação… Fora de casos desses tipos, a felicidade está em algo que desejamos como uma criança deseja um brinquedo…

Ocorre que desde os tempos das cavernas, muitíssimos de nós somos felizes e ricos… e não sabemos, não nos damos conta.

Você tem família? Tem ou pode constituir uma. Tem saúde? Tem trabalho? Tem amigos? Tem liberdade? – Ah, você tem tudo, você é rico, riquíssimo.

Foi esta a conclusão “vergonhosa” a que chegou o grupo que discutia riqueza num bar do shopping… Felicidade e riqueza geralmente estão na ponta do nosso nariz, e não as vemos. Temos muito mais do que nos damos conta, somos ricos e vivemos, mais das vezes, amargurados como pobres.

Família, saúde, amigos, trabalho, liberdade… O que mais? O que mais nos pode fazer felizes senão estas abençoadas prendas? O diacho é que muita gente tem tudo isso e se acha pobre, ganha na loteria e descobre a infelicidade… Consolo de pobre? Não, sabedoria dos tempos.

LEIA A COLUNA COMPLETA NA VERSÃO DIGITAL DO JORNAL O CORREIO DO POVO

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.