“Quem vigia a língua preserva o coração da angústia” – Leia a coluna do Prates desta sexta-feira (21)

Por: Luiz Carlos Prates

21/02/2020 - 09:02 - Atualizada em: 21/02/2020 - 09:50

Não sei exatamente da razão, não faço perguntas, mas volta e meia pessoas me procuram para fazer um desabafo. Não raro, pedir conselhos. Mais um caso esta semana.

Encontrei um ex-colega, aliás, não existe ex-colega, existe “colegas” para todo o sempre. Encontrei esse colega e depois das saudações habituais, a pergunta que sai dos lábios para ocupar espaço: “E aí, tudo bem em casa?”.

Não, não ia tudo bem em casa. O colega me contou de uma briga feia que teve com a mulher. Ouvi e perguntei de imediato: “Sim, mas não houve tapas?”

Não, não houve tapas e o colega até ficou um tanto sem graça. “Ora, Prates, como é que ia sair tapas, tudo numa ‘boa’, uma baita discussão e ficou por aí. Ela só ontem voltou a falar comigo, ficou quatro dias trancada.” Digamos que até aqui nada de novo, pois não, leitora? Nada de novo.

Mas não fiquei satisfeito, quis saber do meu amigo que tipo de discussão tiveram, ele e a mulher. É muito importante o tipo de discussão, as palavras usadas e, sobretudo, as acusações feitas. Sim, numa discussão sempre se faz acusações e é aí que mora o grande perigo.

Quem vigia a língua preserva o coração da angústia, concordas? E também se pode dizer que “em respeito ao santo, beija-se o altar.” Numa discussão doméstica é preciso que os “pombinhos” tenham muito cuidado e prestem atenção ao que dizem ou vão dizer. Uma frase cáustica pode ficar para o resto da vida na cabeça do outro. Muito cuidado com frases definitivas.

Aliás, discussão caseira é como guerra militar, ela tem limites, nem tudo é legal. Não se atira, por exemplo, um paraquedista no ar. Mas sei que as regras, na hora do esquenta, são esquecidas, e no casamento esses esquecimentos podem levar a sérios ressentimentos e não raro ao divórcio.

Nunca falar mal da mãe dele ou dela, nunca. A família dele ou dela, por pior que seja, não deve ser objeto de fúria e maldições verbais. Insisto, ainda que a família dele ou dela não valha para nada não se a acusa na discussão marido e mulher. Em respeito ao “santo”, beija-se o altar. Não me foi dito se na briga do meu amigo com a mulher houve desaforos familiares. Os inteligentes não fazem isso, a não ser que queiram vingança ou divórcio.

Detalhes

Um detalhe aqui, outro detalhe ali e a vida vai ficando insuportável nas cidades. Exemplo? Cada vez mais vagabundos com motos de descarga aberta, barulho debochado ferindo as leis de cidadania. E quem de direito nada faz. Será que estão esperando a reação do povo ordeiro? Cuidado, essas reações podem acender o pavio e outras reações. Cuidado. Estamos a cada dia mais perto da grande “explosão”.

Modernos

Amiga me conta que ela e o namorado toda vez que chegam a um restaurante, acomodam-se e ele diz: “Que bom vir a um restaurante contigo, nunca preciso trazer a minha carteira!”.

Pode ser brincadeira, mas com os mimimis de hoje não há brincadeiras, eles falam a verdade. Querem dividir tudo com elas. E o cavalheirismo? Bah, como é que se escreve isso? Mimimis da cueca molhada!

Falta dizer

Confederação Nacional da Indústria diz que metade das empresas brasileiras não consegue completar suas vagas de trabalho por ausência de mão de obra qualificada. Em todos os setores, mais ainda nos níveis médios. E de quem é a culpa? Dos governos ou dos que não se coçam para aprender? Bolas!

 

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