Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Que tal um trabalho?

Por: Luiz Carlos Prates

23/06/2016 - 04:06

Uma amiga dirigia e eu ia no banco do carona. Lá adiante, paramos numa sinaleira, centro de Florianópolis. Aproximou-se da janela dela um sujeito, adulto jovem, malvestido, pedinte. A colega baixou o vidro e ouvi o sujeito lhe pedir uma ajuda para comprar um lanche e um café quente para esquentar o corpo, fazia muito frio. A moça deu a ele uns trocados e fomos em frente.
Eu não teria dado um centavo. Homem, jovem, saudável e pedinte? Se estava com frio que fosse se esquentar… num trabalho. Ao descer do carro, sai pensando.

Somos 33,33% do que somos como herança genética dos pais, 33,33% resultantes da educação e dos estímulos, exemplos, que nos deram na primeiríssima infância, e os restantes 33,34% somos algo que não sabemos de onde vem, um mistério. Nada é decisivo em nossas heranças genéticas e sociais. Muito depende de nós e de razões obscuras.

Por que aquele pedinte não trabalha, não faz qualquer coisa e viabiliza para ele os recursos de que precisa para não necessitar pedir como um vagabundo nas esquinas? Quantas pessoas conhecemos que nasceram em boas famílias e não deram para nada, são uns zeros na vida, quantos? E quantos outros nasceram sem nada e se tornaram pessoas de bem, prósperas, dignas? O que faz a diferença? Como não há resposta exata até agora, e nunca vai haver, responsabilizemo-nos pelo nosso “destino”. Não há outra saída.

Vadio não deve ser ajudado. “Ah, Prates, mas aí o sujeito vira ladrão, vira safado a prejudicar pessoas”! Se fizer isso, companheiro, vai levar o porrete corretivo da justiça ou do povo, não pode continuar safado, agressivo e livre. Ser vadio é problema só dele; ser bandido é problema de nós todos. Ele tem que “levar” para aprender.

Outra coisa. Você já notou que são raras as mulheres que andam pelas esquinas pedindo ajutórios? E há tantas ou mais mulheres que homens na vida, por que elas não andam por aí pedindo? Até nisso as mulheres são mais fortes, até…

Enfim, vagabundo não deve ser ajudado, ou trabalha para não passar frio e fome ou que assuma seu livre-arbítrio, problema dele.

Ah, em tempo: só ajudo a meninas carentes, a essas ajudo sempre, só meninas. Quando vem um guri me pedir ajuda, mando-o engraxar sapatos. De outro modo, vai crescer vagabundo…

Negócios
Psicólogos garantem que “as almas infelizes envelhecem cedo”. Penso que ninguém vai negar. Mas é por isso que há tanta gente buscando cirurgias corretivas, estéticas, sem resultados. Quando não há paz e entusiasmo por dentro a pessoa pode tentar o que quiser por fora, vai continuar feia…

Falta dizer
Às vezes eu conto em minhas palestras sobre uma médica australiana, Prêmio Nobel de Medicina, que tinha duas amigas de 40 anos, as duas tinham um filho de 13 anos. Uma parecia ter 70 anos, a outra parecia ter 35…. E ambas tinham 40 anos. Por que uma parecia bem mais velha? A médica descobriu que era pelo sofrimento continuado da amiga em razão de uma enfermidade sem cura do seu filho… A outra não tinha problemas. O estresse, a infelicidade, enrugam o rosto e liquidam as pessoas.

Clique aqui e receba as notícias no WhatsApp

Whatsapp

Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.