Prazeres? O que são?

Por: Luiz Carlos Prates

06/01/2016 - 12:01 - Atualizada em: 06/01/2016 - 12:26

Estava me sentindo amuado, olhando para as paredes, esperando a hora para começar a trabalhar… E quando estou assim, ah, companheira, não resisto, vou à minha caixa de sapatos carregada de frases. Do mesmo modo como muitos recorrem aos tranquilizantes, às pílulas que dopam e vão matar mais cedo, também procuro pelos meus “opiáceos”, só que os meus não matam, educam, passam-me lições, puxam-me as orelhas. Vamos combinar, não há melhor tranquilizante que a verdade, desde, é claro, que não sejamos tapados para pô-la a correr. Enfim, fui à minha caixa/socorro.

Ponho a mão na caixa, agito-a como quem faz um sorteio na televisão, olho para cima e grudo os olhos no papelzinho que me veio entre os dedos. E lá estava: – “Os prazeres são o melhor remédio e alongam a vida”. O curioso é que essa frase já me havia sido “sorteada” há muito tempo, ela voltou… Hummm
Lendo e pensando sobre a frase, não pude escapar à discussão com ela. O que são prazeres? Se você fizer essa pergunta à maioria que anda por aí, vão responder que prazer é ir a festas, viajar, sair com os amigos, ir à praia, baladas, essas “diversões” convencionais, que são – podem ser – interessantes mas que mais das vezes nos fazem voltar para casa com um baita beiço emburrado. Será que tudo isso é prazer?

Já ouvi sábios falando sobre prazeres e felicidade. Questão discutível, afinal, o que é prazer para uns pode ser chatice para outros. E é verdade. Mas vamos combinar, o verdadeiro prazer, penso, é algo silencioso, gratuito, que nos revigora e faz bem. Mas vá dizer isso para os seus amigos que só se divertem quando estão com o “rebanho”, com os falsos amigos… Prazer e felicidade são irmãos gêmeos, discretos, falam baixo, não dão bandeira nem fazem poses de sorriso falso quando veem um fotógrafo na festa… Os melhores prazeres da vida, parece incontestável, são gratuitos, discretos e de pouco valor para a maioria… Mas a maioria só vive a felicidade sob os anestésicos dos ansiolíticos, na verdade alucinam e pensam que se divertem. Não nos enganemos. E depois da frase, fui reler Pérolas do Além, de Chico Xavier. E só agora estou voltando à terra…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.