Podemos voar

Por: Luiz Carlos Prates

31/01/2016 - 14:01 - Atualizada em: 31/01/2016 - 14:18

Ah, graças a Deus, sou livre, faço o que quero, o que bem entendo!

“Ah, não faz, mas não faz mesmo!” Pensamos que temos toda essa liberdade, mas é um baita equívoco. Vivemos “algemados” sob qualquer ponto de vista mas nos imaginamos livres para fazer o que bem entendermos. Coitados. O assunto está turvo? Vamos puxar a cortina.

Quero falar dos cárceres em que vivemos desde o nascimento até o último suspiro, cárceres, masmorras, presídios de “segurança máxima”, ninguém escapa. Do que falo? Das nossas limitações existenciais, vivemos cercados delas. Regras de todo tipo, leis e condicionamentos psicológicos que nos prendem sem algemas, mas de modo muito mais limitador…

Vim até aqui, leitora, por uma única razão, e essa razão é a nossa suprema liberdade, a única de que podemos gozar, sejam quais forem as circunstâncias “lá fora”; lá fora de nós mesmos. Estou me referindo à fantasia. A única liberdade, e por igual a todos, de que podemos dispor para compensar as amarras que nos tolhem. Afinal, quem não é livre para poder viver a fantasia que bem entender? E as melhores fantasias são as dos sonhos impossíveis ou mesmo proibidos… Esse tipo de fantasia faz bem.

Faz bem ter nos braços o “sonho”, faz bem à saúde, à mente, faz bem viver uma “loucura” que de outro modo nos levaria à condenação coletiva. Aliás, um amigo um dia me disse que ele só sai para caminhar para poder pensar e fantasiar. Arregalei os olhos e disse a ele que faço o mesmo… Nem Freud me poderia ajudar mais e melhor que as caminhadas/terapias. Todos os sonhos das loucuras nesses momentos são possíveis. Não fosse essa nossa liberdade para o sonho, leitora, leitor, estaríamos, além de “presos” pelas circunstâncias da vida social, sem a asas da liberdade para o voo sem limites e realizador. A fantasia nos realiza. E realiza do único modo que nos pode fazer felizes sem os ruídos da sociedade das proibições…

Pensando bem, acho que vou dar uma caminhada, sonhar… Um sonho que tanto poderia – se realizado na vida plena – ser interrompido ou pelo delegado ou pelo psiquiatra. Nas liberdades da fantasia, todavia, esses sonhos são asas no céu da minha e da sua vida. Menos mal…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.