Pessoas e preços – leia a coluna do Prates desta segunda-feira (19)

Grosso modo, é impossível viver isolado, viver de tal sorte que não dependamos de ninguém ou dependamos muito pouco. Isso é quase impossível, afinal, vivemos em sociedade e somos seres gregários. Mas é bem possível, sim, vivermos com bem poucas dependências de algumas pessoas, como chefes, por exemplo.

Tudo vai depender do estilo de vida adotado e do modo de viabilizar os recursos de que precisamos para viver. E digo isso, leitora, pensando numa frase que um dia ouvi do Telê Santana.

Telê foi jogador de futebol e depois virou treinador. Cara sério, ético e amigo daqueles de não precisarmos de ninguém mais. Outros tempos, ô, outros tempos!

Numa entrevista de rádio, daquelas entrevistas demoradas, o Telê praticamente contando da vida dele, o repórter perguntou: – “Telê, como é que se arma um time”? A resposta foi inesquecível, ainda que absolutamente óbvia. Óbvia? Sim.

Telê respondeu que um time, um bom time, “primeiro se escolhe homens, depois jogadores”. Bah, se o Telê reencarnasse hoje ficaria de cabelos em pé com o caráter dos “jogadores” de Brasília e com os que entram em campo por nossas equipes. Regra absolutamente geral.

O caráter faz o “jogador”, qualquer jogador, e estou falando já agora dos jogadores da vida, estou falando de todos nós.

Se o sujeito se “alugar”, se vender suas ideias, se correr atrás da bola para não chegar, se pensar em seus contratos antes de pensar em suas sagradas e asseadas vitórias, babaus.

Vem desse deserto de gente boa, de caráter pétreo diante dos valores que não podem ser negociados, que estamos nesta miséria humana e social. Tudo devia, devia, eu disse, começar dentro de casa com a educação de pai e mãe com os filhos. Um horror o que se vê.

E vai se continuar vendo, as famílias não se formam mais pelo amor e pelo caráter, mas pelas circunstâncias, interesses e mesquinharias bem escondidas. Amar e educar é para poucos. O verbo hoje é “negociar”, negociar as ações, as palavras, as ideias, os interesses de toda sorte.

Quanto ao futebol, vem daí a miséria do futebol brasileiro de hoje. Os ordinários, maioria, correm em campo para não suar, e os demitidos são os treinadores. Na política os safados costumam vencer e o povo se danar. Mas a “revolução” está por perto… Chegando!

Amadores

No futebol brasileiro todos são profissionais, o sujeito não carrega uma palha senão por bom dinheiro, mas… Os presidentes são amadores, trabalham de graça. E o que fazem esses “amadores”? Exemplo?

O time ganha, ganha, ganha e lá pelas, tantas perde dois jogos. O treinador é demitido. E os calções-borrados que não suam como devem dentro do campo? São intocáveis. Os treinadores pagam o pato. Imoralidade. Assim, os times brasileiros vão continuar perdendo e atolados.

Livros

Numa grande empresa por que passei, com licença da direção, comecei a organizar uma biblioteca, livros para o pessoal, jornalistas, lerem no fim de semana, aquela coisa. A ideia foi aceita, com algumas reticências.

Cederam-me três prateleiras, uma pequenina sala e tudo ia bem, eu imaginava. Dias depois, pediram a salinha de volta, a biblioteca ia ficar para mais tarde. Sem mais comentários…

Falta dizer

Quanto menor o talento, mais ruídos os abobados da vida fazem. Uma coitada, sem nenhum talento, mas com bom espaço na TV, ganhou destaque nos sites de jornalismo.

Ela deu à filha um carro elétrico, brinquedo, de R$ 4 mil. E a tal filha não tem ainda três anos… Por que esse exibicionismo psiquiátrico? Por que não deu um livrinho? Pobre diabo.

 

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