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Palavras e palavras

Por: Luiz Carlos Prates

08/09/2016 - 10:09 - Atualizada em: 08/09/2016 - 15:43

Digamos que o primeiro fator de atração entre pessoas se dê pela imagem do corpo, certo? Entre os que estão a procurar por um parceiro/a, namorado, amante, o que for e nesses casos, sim, a atração inicial se dá pelas linhas do corpo. Os jornalistas, por exemplo, se apaixonam pela “diagramação” dele ou dela…

E é também verdade que muitas das nossas atrações ou repulsões por pessoas se deem pela fala da pessoa, pelo modo de falar, pelas entonações da voz, pelo vocabulário utilizado, pela adequação da fala às situações, enfim…

Com relação a “adequação” da fala às circunstâncias, acabei de ler uma reportagem num jornal de São Paulo sobre inabilidades de incontáveis médicos ao conversar com pacientes, ao dar-lhes de viva voz um diagnóstico. Um dos casos foi de um médico que “naturalmente” falou a um adolescente do vírus HIV de que ele era portador, Aids, e o garoto não sabia. Ficou desesperado e em casa se matou. Tinha 15 anos.

Outros médicos, estúpidos de quatro costados, dizem “na lata”, na cara dos pacientes, sem “anestesia”, sobre as inutilidades de o paciente continuar o tratamento, que não tem cura, e só faltam mandar porta afora o doente…

Já me disseram que está na moda na “medicina” o médico dizer a verdade ao paciente, seja a verdade que for. Mas qual é a vantagem de matar a esperança em alguém?

Quantas vezes já disse aqui que o modo de falar, os conteúdos da fala, produzem longevidade nas amizades, distinção no trabalho e casamentos longevos? Não dizem que o peixe morre pela boca? O ser humano também. A velha história de que muito já tratei aqui – “Fala, se queres que te conheça”. Como será possível amar uma pessoa tosca no falar, uma pessoa que não pensa antes no que vai dizer, que fere, magoa, machuca outras com suas grosserias “naturais”? Como levar adiante um casamento com um tal tipo de pessoa? E como aceitar um médico que não seja um filósofo humanista antes de ser médico. Médico não pode ser “coveiro” da esperança.

Palavras salvam, palavras condenam; palavras trazem esperança, palavras podem matar o que resta numa pessoa, exatamente essa esperança. Aos diabos com esse tipo de gente grossa que se revela pela fala.

NEGATIVO

Muita gente costuma “incensar” vagabundos que mataram pessoas indefesas e, mais tarde, presos, começam a estudar… Num desses casos, contado pela imprensa covarde, o ordinário foi elogiado pela aprovação num Vestibular, aplaudido mesmo. Mas a imprensa, conivente com o crime, não disse do homicídio que ele um dia cometeu. – Ah, Prates, mas ele já pagou pelo crime e se emendou para a vida! Negativo, uma vida tirada de um inocente indefeso jamais será “paga”, jamais, salvo quando a justiça é feita ao estilo dos “galpões”. O que era o caso…

Falta dizer

É mais ou menos uma ordem… Novelas não devem mais acabar com o bem vencendo o mal, o mocinho ficando com a mocinha, dizem que a sociedade não é mais assim. E o povo quer se “ver” nas novelas, logo…

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.