Acabei de saber de um treinamento que está na moda em São Paulo e fiquei pensando. Os caras têm razão… Antes de dizer do que se trata, é bom lembrar de um velho aforismo, tão velho que “espertos” autores de livros religiosos o copiaram como se fosse uma verdade de seus mestres. O provérbio diz: – Cala-te e ter-te-ão por sábio.
De fato, uma pessoa quieta, boca fechada, não pode ser conhecida, nada a poderá revelar, apenas podemos fazer algumas inferências a partir de gestos, posturas e roupas. Não mais, mas… Se a pessoa abrir a boca, babaus, ficará sem defesa, sua personalidade vai se desnudar, vai virar uma radiografia. Fala, se queres que te conheça!
O curso que entrou na moda em São Paulo é sobre a arte de escutar, isto é, a pessoa vai para um curso aprender sobre o poder “supremo” de saber escutar. Mas veja bem, escutar não é ouvir. Ouvir qualquer um ouve, basta não ser surdo. Escutar é bem mais, escutar é jogar a mente sobre o que está sendo ouvido. E essa arte – “escutar” – entra na moda nos cursos e palestras em São Paulo.
Muito oportuno, mas… Já disse aqui que quem “escuta”, que é mais que ouvir, é jogar a mente sobre o que está sendo ouvido, vai acabar não fazendo negócios e tampouco casar. Quem “escuta” descobre tudo da personalidade alheia, por mais que a pessoa minta ou tente dissimular sobre si mesma. Quem fala vai se trair, cedo ou tarde, de um modo ou de outro.
Escutar, todavia, exige algumas habilidades. Por exemplo, ter um bom vocabulário, saber traduzir adequadamente os diversos tons da fala, prestar atenção aos valores de ordem moral que passamos, aberta ou dissimuladamente, no tempo todo em que falamos. Escutar envolve interpretar gestos, posturas, tudo, na musicalidade da fala.
Quando falamos passamos a quem nos ouve um somatório de valores, valores que se bem compreendidos e traduzidos nos podem levar a formidáveis encrencas, desencantos e perdas de toda sorte. É por isso que digo que quem “escuta” vai acabar não mais fazendo negócios e menos ainda casar…
Bem interessante esse curso que entra na moda, mas não é para qualquer um, para saber escutar é preciso algumas habilidades nada comuns. A maioria vai continuar apenas ouvindo. E para apenas ouvir nada mais é preciso que orelhas…
Licença
Licença-paternidade de 30 dias? Nunca. Mas na Suécia é isso. E os suecos garantem que quando o pai fica junto à mulher e ao filho recém-nascido por 30 dias após o parto que diminuem os medicamentos eventualmente necessários para a saúde da mulher, que a saúde dela é bem melhor com o “vacilão”, opa, quis dizer marido, por perto. Só o que faltava.
Desafios
Oscar Wilde foi um cara especial, intelectual, escritor, um irlandês fogo na bota. Um dia ele escreveu que – “As adversidades da vida chegam para a nossa evolução”. Discutível. Pelo que vejo, a maioria acha desculpas para não reagir diante dos empurrões da vida. De outro lado, não aceito a ideia de evolução (se for isso) religiosa ou espiritual pós-morte. Nem a pau, Juvenal! Evolução só com as goteiras do suor. Coisa para poucos.
Falta Dizer
Mulheres hoje são maioria nas faculdades de Medicina… Mas são raras as cardiologistas. Por que elas não se especializam em cardiologia? As mulheres tinham que dominar a cardiologia, afinal, ninguém conhece mais de sensibilidade que elas. Elas são coração. Mas eu sei bem das discriminações e pressões profissionais… Elas que reajam, se imponham, chega de “domínios”.
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