“Os detalhistas”

Por: Luiz Carlos Prates

28/02/2019 - 10:02 - Atualizada em: 28/02/2019 - 10:05

Os indolentes da vida chegaram a rotular de doentes mentais os detalhistas, os ofegantes pelos remates, pelos detalhes que, ainda que imperceptíveis para os mortais comuns, fazem diferença e estão a responder pela continuidade da vida sobre a Terra. Uma vida que já devia ter acabado de há muito, mas que pelo esforço detalhista, incansável de alguns poucos, nos fez chegar ao até hoje e nos acena com o até amanhã…

Faz alguns minutos, li sobre pressões psicológicas que fizeram pessoas entrar para a História, pressões determinadas por essas mesmas pessoas. É aquela história de o sujeito só se dar por satisfeito quando atinge o pico do seu poder… Do seu poder aparente, afinal, ninguém tem limites nos seus potenciais e muito menos sabe deles…

Li sobre Fídias, indômito escultor da Grécia antiga. Conta a História que o artista reagiu à observação de que ele não precisaria esculpir as costas das estátuas, pois ninguém poderia vê-las, na altura e na posição em que seriam colocadas… – “Enganam-se”, teria dito Fídias, “os deuses podem vê-las”! Não é precioso?

Imagine um médico cirurgião com essa ânsia por detalhes, um perfeccionista… Aliás, sobre esse preciosismo por detalhes, que para muitos é insignificante e perda de tempo, vale lembrar o francês que desenhou a Estátua da Liberdade, na ilha de Manhattan, Nova Iorque. A estátua, você sabe, foi dedicada pelo povo francês ao americano, e quem desenhou a estátua foi Fredéric Auguste Bartholdi, um maluco de detalhismo.

Bartholdi foi ao “exagero” ao desenhar sobre a cabeça da Estátua da Liberdade fios de cabelo… E na época em que a estátua foi inaugurada não havia arranha-céus em Nova Iorque nem os aviões tinham sido inventados. Um detalhismo “ridículo”, segundo muitos na época, afinal, ninguém poderia ver a estátua de cima. Hoje, ao se ver a Estátua da Liberdade do alto, veem-se os fios de cabelos desenhados sobre ela. Preciosismo do Bartholdi?

Não, realidade, a realidade dos apaixonados pela “verdade”. Quem reger-se pelos detalhes em seu trabalho e ações será pessoa admirada, competente e… muito odiada. Os formidáveis são odiados, a inveja arde dentro dos incompetentes e preguiçosos. Precisamos contar essas histórias às nossas crianças, fazê-las pensar nos preciosismo da competência. Só assim elas poderão fazer um Brasil que ainda não foi descoberto. Aos detalhes!

Ela

Sem o que fazer, fui rodando pelos canais da tevê, onde houvesse algo bom, ficaria. Girei, girei e… dei com uma garota linda, engraçadinha mesmo, era um canal de vendas. Parei ali e fiquei observando. Lá pelas tantas, a garota ajeita o cabelo e ao fazê-lo mostra a face interna dos braços. Santo Deus, tudo “riscado”, tatuagens… Que falta de auto-respeito, que falta de respeito pelos telespectadores. Desliguei e fui achar o que fazer.

Qualidade

Um cara que estava numa miséria danada, decidiu fazer bolinhos de fubá para vender na feira. Fez, vendeu tudo, os bolinhos eram ótimos, foi ganhando dinheiro… Passado um tempo, o cara achou que podia dar o golpe, passou a fazer “economias” ao preparar os bolinhos, eles perderam a qualidade. E o idiota voltou à miséria. Muitos fazem isso, depois de um tempo vendendo qualidade acham que podem tapear as pessoas retirando a qualidade. Safados. É o que mais existe…

Falta dizer

Para os quadrados, um lembrete: o Hino Nacional é a nossa poesia musical, a nossa identidade, não tem partido, tem sangue verde-amarelo e batida de corações unidos pela mesma fé. Ser contra “brasileirinhos” cantando o hino é estupidez de fracassados da vida. Que vão para Cuba ou Venezuela…