O único poder – Leia a coluna do Prates desta segunda-feira (3)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

03/08/2020 - 12:08

Por que o ser humano busca tanto o poder? Busca sim, e não adianta alguém vir dizer que é diferente, que não busca o poder. Sem chiados e vamos em frente.

O ser humano busca o poder, seja ele qual for e como se manifeste, pela consciência da finitude, da morte. O ser humano é um animal como outro qualquer, com a diferença de que tem consciência. E é a consciência a grande danação do animal humano.

Um cachorro não late mais alto para se impor diante do cachorro do vizinho, já o ser humano busca “arrotar” mais alto para intimidar a quem estiver por perto.

Disfarce puro, o sujeito que se expõe demonstrando um poder que ele sabe não ter, e não tem porque é mortal, vai morrer, seja quem for. Vem dessa consciência do animal humano, a consciência da morte, a busca pelo poder.

O poder financeiro, mais que todos, anestesia de certo modo a consciência do fim… Todos vão ter um fim, todos. E é isso o que inquieta a cabeça do animal humano, tanto que Carl Roger, um pupilo mais tarde dissidente de Freud, eternizou na psicologia o que ele chamava de “angústia vital”, a angústia que acompanha o ser humano do berço à sepultura, a consciência da morte.

A busca pelo poder, seja o poder que for, é a mais estúpida das buscas para anestesiar a consciência da finitude. Um político pigarreia mais forte pensando que é alguma coisa, é um pobre bicho infeliz, isso sim.

O banqueiro que não sabe o que fazer com tanto dinheiro costuma ser dos mais neuróticos e depressivos entre os humanos, provas de sobejo comprovadas por psicólogos americanos.

Não só os banqueiros, é claro, há quem não seja banqueiro e tenha mais poder que muitos deles, o poder de uma vida mais calma…

A pessoa pode buscar poder pela beleza, caso das mulheres, coitadas das que buscam esse poder, o mais efêmero de todos, ademais, o que é beleza?

A maioria busca o poder do dinheiro, outros, tão vazios quanto um pneu furado, buscam o poder político, mas todos vão acabar do mesmo jeito: no nada eterno da morte.

Vem dessa consciência angustiante que povos milenares pensaram numa saída para essa angústia humana… Não acharam nada melhor que o desapego. Desapegar-se de tudo e viver… É o supremo e único poder. Serve? O mais é inútil.

Ajudar

Volta e meia paro numa sinaleira e lá vem um ordinário, sempre jovens, segurando um cartaz: “Fome”. Nem a pau, Juvenal, não dou nada, vai trabalhar, vagabundo!

Se alguém duvidar que esses caras fogem das disciplinas como o diabo da cruz, ofereça a eles um trabalho ou albergue com banho, comida, cama e horários. Não aceitam. Querem o fim das desigualdades, mas na moleza. Ordinários.

Estresse

Milenares da condição humana diziam que no muito saber está a angústia. Verdade sem vírgulas. Acompanhar os noticiários de hoje derruba qualquer emocional mais saudável, mas não saber de nada e a nada reagir mata de outro modo: pela ignorância.

Como escapar? Os noticiários de hoje matam, mais cedo ou mais tarde, a uns por ignorância e a outros por angústias…

Falta dizer

No começo houve debates, câmeras nos uniformes de policiais. Criaram as câmeras para “vigiar” os policiais?

Pois, hoje as câmeras estão sendo provas a favor dos policiais, o que há de imbecis engrossando a voz quando pegados fora da lei é mesmo caso de polícia. Pegar esses “poderosos” imbecis e ripá-los… Diante das câmeras.

 

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