O povinho prefere o falso brilhante ao verdadeiro – Leia a coluna do Prates deste sábado (18)

Dia destes falei aqui de um mendigo, que alguns idiotas chamam de “morador em condição de rua”, que disse que não tinha por que tomar vacina, afinal, ninguém precisa de mim. Foi a frase dele.

Ele é um mendigo encontrado por um agente de saúde debaixo de uma marquise em São Paulo. Critiquei o mendigo, nenhum de nós tem que ser esperado por ninguém, nós temos que esperar por nós, isso sim. Claro que a frase é sutil, precisa de sensibilidade para ser entendida…

Voltei a citar o mendigo porque acabei de ouvir a declaração de um grande empresário paulista recém-aposentado. Ele disse uma verdade tão velha quanto à primeira figueira… Ouçam bem o que ele disse os que se acham importantes pelo cargo que ocupam.

O empresário disse que – “Um dos enganos mais comuns de altos executivos que se aposentam é achar que a rede de contatos dos tempos do cargo vai segui-los naturalmente. A experiência mostra que boa parte da bajulação está mais relacionada ao cargo do que à pessoa que o ocupa”.

É mais ou menos como a relação do santo com o altar. Em respeito ao santo, diz o ditado, beija-se o altar. O santo era a empresa, o cargo; o altar o funcionário. Quando o santo manda o altar às favas, o altar não passa de um pedaço de pedra…

Quem não sabe que o povo sacode o rabinho não para a pessoa, mas para o cargo ou poder financeiro que ela tem? Ou você acha que o Neymar teria tantas fãs se trabalhasse como atendente num posto de gasolina?

O cara do posto pode ser mais bonito, mais educado, mais gente em tudo, mas não tem fama nem dinheiro. O povinho prefere o falso brilhante ao verdadeiro.

Lembras da história da viúva pobre que ia à igreja e colocava centavos na “cestinha” e fazia isso no maior silêncio e discrição? Pois é, mas o fariseu ao lado dela dava moedas parecidas e tocava um sino… Todos o viam na bondade e ignoravam a viúva discreta.

É assim que até hoje funciona a sociedade, os que fazem falso barulho são apreciados, e os verdadeiros “anjos”, que são discretos, desprezados.

Tens um cargo bom, és “hoje” apreciado, apreciada? Isso vai até enquanto durar o teu poder atrás da mesa de comando. Prepara-te!

Lição

Há quem se lembre do santo só quando troveja ou quando acaba de cair da escada. Raramente se lembram da vida “normal” que vivem, uma benção…

Não sei se é o caso dela. Ouça o que diz uma conhecida atriz que saiu do câncer: – “Deixei a vaidade de lado e me aceitei. Sou boa atriz, boa mãe e boa filha, mas não quero ser a melhor em nada. Quero agora apenas viver a minha vida”.

Desabafo depois do “tombo”. Acordemos “antes”.

Outra

Britânica. Olhei bem para a cara dela. Loira, bonita, 49 anos e herdeira de um império econômico de uma marca que você conhece muito… Tudo para ser feliz, certo? Erradíssimo. Ela se matou.

Dizem que foi sem querer, overdose de uma droga. Claro que quem faz isso quer morrer. O que explica? Vida vazia. Nada justifica. Muito comum.

Falta dizer

Há procedimentos que nunca nos aborrecem. Exemplos? Quando ir à casa de amigos nunca ir malvestido, de qualquer jeito, é falta de respeito e não amizade…

Outra coisa, respeitar pessoas ao falar, dica especial para jornalistas em serviço. Dobrar a língua, chamar as pessoas de senhor, senhora nunca provoca mal-estar. Educação faz bem. Perdi meu tempo…

 

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