O erro da moça – leia a coluna do Prates desta sexta-feira (16)

O ser humano não tem saída. Nasceu sozinho e vai sair “do palco” sozinho. – “Ai, Prates, que frase mais negativa, não tinhas outra coisa para dizer neste início de conversa”? Não, não tinha, leitora.

É uma verdade que todos conhecemos e que já ao nascer intuímos. Vem daí o nosso desespero por ter alguém por perto, alguém que nos distraia, ou algo que nos tire a consciência de nós mesmos…

Essa é a nossa luta diária, muitos fingem não se dar conta disso. Fingem. A consciência da finitude é o grande castigo humano pelo nascimento. Vou puxar a cortina da conversa.

A conversa vem de uma entrevista com jovens sobre o futuro profissional. O futuro profissional de qualquer pessoa é, na verdade, o grande casamento que temos que fazer na vida, todos. Quem passa pela vida sem uma carreira profissional, me desculpe, não viveu. E sei que muitos filhos de ricos vivem no inferno de seus vazios, não trabalham.

Quando não trabalhamos, precisamos de “anestésicos” mais fortes para a consciência do nosso nada, da inutilidade da vida “no palco”… Nessa reportagem com jovens sobre o futuro profissional, jornal de São Paulo, uma jovem me irritou muito.

Ela tem 19 anos, vai entrar no curso de Direito e sobre sua escolha profissional ela disse exatamente assim: – “Quero ser advogada para poder ser juíza, porque o status é bom, o salário é ótimo e o trabalho é menor que o do advogado”.

Diga-me, leitora, tem cabimento? Tem cabimento alguém escolher a carreira profissional para trabalhar menos e ter mais status? O que os magistrados dizem disso? Essa moça, não tão mocinha assim, não sabe que o nosso trabalho não pode ser apenas por dinheiro, status ou o que for, senão por ardência de amor?

O casamento profissional é um casamento para a vida toda, deve ser… Mas hoje, sei bem, ouço e vejo, os jovens querem viver pulando de galho em galho, sempre se dando bem… Vão dar é com os burros n’água, na miséria moral e financeira; não, é claro, se ganharem uma eleição, aí, eles sabem disso, o dinheiro público não tem dono… Lava Jatos nesses.

O inebriante da vida profissional por amor é que ele nos faz esquecer do prazo de validade, da saída do palco. Horror puro! Coitada da mocinha.

Festivos

Os jovens abobados, maioria absoluta, que abram as orelhas.

Ouçam o que diz um professor universitário paulista: – “Passar num vestibular de ponta já é difícil, mas passar no ‘segundo’ vestibular, que é o do mercado de trabalho, é muito mais difícil. Só os muitos bem preparados terão possibilidades de ingressar no mercado e fazer uma carreira de sucesso”.

E agora, depois da pandemia, vai ser só por milagre. Que os festivos se cocem.

Espertos

Eles e elas, jovens, que andam por aí e que se acham espertos precisam abrir os olhos. Espertos coisa nenhuma… O desemprego vai crescer e os desempregados vão ter que rodar muito para se reempregar.

Há dois tipos de empregos: o merreca, que vale só para a sobrevivência; e o emprego de qualidade, que exige altas performances, competência. A maioria vai ficar nos merrecas. Por culpa própria.

Falta dizer

Faz anos que muitos (homens, é claro) esperam pelo Viagra feminino. Tirem o cavalinho da chuva. As mulheres não precisam disso, elas são sensíveis, se incendeiam por quem amam e vale a pena.

Não são bichos de performance. Quando elas amam, querem e se entregam, são vulcânicas, “naturalmente”. Já os mimimis…

 

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