Nunca tinha visto um jornalista com um livro tão suspeito

Por: Luiz Carlos Prates

01/07/2017 - 15:07 - Atualizada em: 01/07/2017 - 17:01

Olhei-a de longe e o livro me pareceu “suspeito”. Fui até ela. Uma jovem bonita, iniciante no jornalismo e operadora de uma área técnica do jornalismo televisivo… Quando a vi com o livro, curioso, quis saber que livro era. Cheguei perto e vi. Dei um passo para trás, não pode ser, devo estar alucinando, pensei… Era um livro de português sobre os erros mais comuns que cometemos com o idioma. Sacrossanto, não posso crer, uma jovem jornalista com um livro de português? Só podia estar vendo coisas… Não, não estava.

Cumprimentei a garota com a efusão de alguém que acaba de ver o Espírito Santo. Nunca tinha visto um jornalista, uma garota, com um livro de português para estudá-lo, para melhorar a performance humana e profissional, Santo Deus, então, isso é possível?

Saí pensando. Essa guria vai ser uma boa esposa, será uma bela mulher no casamento. Ué, por que, Prates, o que tem isso a ver com casamento? Pois é, leitora, sempre relacionei traços de caráter profissional com traços de caráter conjugal. Uma pessoa atenta ao seu trabalho, que busca qualificação, que entende que essa qualificação vai levá-la mais longe no trabalho e na vida, haverá de ser assim nos relacionamentos afetivos, no casamento.

Os trôpegos e desatentos no trabalho serão assim em casa, com a mulher, com o marido, consigo mesmos. – Ah, mas tu estás vendo chifres em cabeça de cavalo! Não estou. Sempre disse que casamento e trabalho tem tudo a ver, aliás, não é por outra razão que 60% dos casamentos de hoje estão acabando em divórcio, em separações ruidosas, pudera! Gentinha se juntando, gentinha se separando.

E não me venha alguém dizer que se equivocou, que pensou que ele ou ela valia a pena quando não valia. Quem diz isso está completamente errado ou querendo tapear os amigos e a família. Quando aparentemente não temos nenhuma culpa num divórcio, o que é impossível, temos a culpa de não ter sabido escolher, de não ter tido olhos para ver que o outro não prestava ou que não prestava para nós, pelo menos…

Na empresa é a mesma coisa, os melhores, os engajados, os sérios, os que não se acomodam na competência de ontem mas querem melhorá-la hoje e já estão com o olho no amanhã, esses serão os últimos a ficar desempregados. Sim, casamento e trabalho tem tudo a ver. Nos bons e nos maus momentos.

Cabeça
Tenho alguns amigos “acadêmicos”, isto é, que vão à academia… malhar. Acadêmicos da malhação. Foste à academia hoje? – pergunto a eles? Quase sempre a resposta é sim. E à academia da cabeça, da mente, foste? Isto é, leste um jornal hoje, um livro, “malhaste” a tua inteligência? A resposta habitual é um sorriso estúpido. Burros.

Falta dizer
Leio que mulheres podem “ostentar” – sem poder – bolsas de grifes caríssimas, que valem 15 mil reais, alugando-as por dois dias a R$ 450,00. Irão à festa e tapearão as outras. Mas não tapearão a elas mesmas, são do tipo das traídas pelos maridos, mas fingem não saber. Desprezíveis.