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Nossos motivos

Por: Luiz Carlos Prates

24/02/2017 - 10:02 - Atualizada em: 24/02/2017 - 10:05

Diga aí uma revista feminina! Leio-a regularmente. Sim, essa revista que você citou eu costumo ler, leio todas as revistas femininas que andam por aí. Por quê? Para saber o que elas pensam, querem, não querem, gostam, não gostam, enfim, saber das mulheres é saber da vida…

Pois numa dessas revistas, a Glamour, li uma frase interessante de uma articulista, frase bem ao gosto de um psicólogo… A frase era esta: – “Eu nunca estou chateado pelo motivo que eu penso”. É isso mesmo. E aí já entra o psicólogo para lembrar de um processo inconsciente da mente que se me afigura magnífico para as nossas defesas diante do sofrimento, o processo se chama “Mecanismo Encobridor”, Freud sabia muito dele na Psicanálise.

O mecanismo encobridor me faz achar um motivo que não corresponde ao verdadeiro motivo que me faz sofrer, e, aí, sofro menos. O que a raposa fez diante das uvas “verdes” é mais ou menos isso, um mecanismo encobridor. A raposa, depois de pular, pular e pular não alcançou as uvas. Ela era baixinha, no caso, incompetente para alcançar as uvas lá em cima… Depois de muita pular, a raposa parou e concluiu: – Ah, estou perdendo meu tempo, as uvas estão verdes!…

Claro que as uvas não estavam verdes, mas admitir ser incompetente para alcançá-las faria a raposa perder o sono à noite. Ela não perdeu, deitou e dormiu, afinal, as uvas estavam verdes…

Nós fazemos muito disso, todos os dias, a toda hora. O verdadeiro motivo de nossas dores, sofrimentos e frustrações costuma ser bem outro do que pensamos, mas… Faz bem à nossa saúde psicofísica não ver certas verdades. Todavia, se de um lado folgamos fazendo uso inconsciente do “mecanismo encobridor” por outro vamos acabar repetindo o erro ou culpando pessoas inocentes. Ser demitido por questões de comportamento, por exemplo, costuma ser de nossa culpa, mas, você sabe, é bem mais conveniente dizer que alguém nos puxou o tapete.

Vale para tudo, especialmente para os divórcios: foi ela a culpada; não, o culpado foi ele, a mãe dele, a sogra… Só que… havendo amor, sensibilidade, tolerância, compreensão nunca haverá divórcio, quando há, algo faltou e aí é bem melhor que a razão não seja nossa… É momento adequado para o uso inconsciente ou nem tanto de um bom “mecanismo encobridor”. É triste, mas passamos o tempo todo, sim, achando razões alheias para as nossas burrices.

Safados
É. Aconteceu em São Paulo e repercutiu na Internet o que já testemunhei em Florianópolis: vagabundos de Petshops dando voltas para não receber cachorros sem pedigree, vira-latas. Uma mulher ligou para uma Pet-shop em São Paulo, desejava alguns trabalhos no cãozinho dela, mas… Não aceitaram “embelezar” um vira-lata, uma discriminação odiosa diante dos bichos. Já vivi essa experiência numa “clínica” em Florianópolis porque o meu cachorro era vira-lata. Pegar esses canalhas e fazê-los rodar na pua… Tentem outra vez, tentem… Vagabundos.

Falta dizer
Ano vem, ano vai e escolas públicas são depredadas à noite, tudo quebrado, roubado, pichado, destruição. Quem faz isso? Alunos e ex-alunos, tudo por ódio à disciplina e à vida correta que a escola simboliza. Sova de pau!

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.