Nós nos vemos nos participantes de reality, por isso assistimos – Leia a coluna do Prates desta sexta-feira (8)

Foto Divulgação

Por: Luiz Carlos Prates

08/05/2020 - 06:05

Qual a semelhança entre uma quarentena e um programa de TV desses do tipo BBB? Nenhuma. A quarentena nos confina dentro de casa; e aí, o que é que acontece? O mesmo que nos programas tipo BBB.

Num primeiro momento todos pensamos em aproveitar bem o “confinamento”, em casa com a família ou num BBB com estranhos. Todos educados, graciosos, pessoas de alto nível, enfim…

Mas, passados poucos dias o que acontece? Os diversos tipos de caráter começam a se revelar, as máscaras começam a cair e daí em diante poucos, raros se salvam. Os que se saírem melhor na interpretação de tipos sobrevivem, mas são poucos.

Diante do convívio desaparece o mito, desaparecem as admirações que temos por este ou por aquela, afinal, quem são os casais que se separam? Ora, os que um dia se uniram, impossível a separação do que não foi ou está unido.

Experiências desse tipo já foram de há muito feitas por psicólogos experimentalistas russos. Um ratinho sozinho fica inquieto, infeliz. Dois ratinhos já fazem festa, três ou quatro sobrevivem, mas…

À medida que mais ratinhos vão sendo colocados no mesmo viveiro, la pucha, acaba a “educação” dos ratinhos, começam as brigas, as iras e as mortes… Mesma coisa acontece com os entupidos racionais, os estúpidos humanos. Desprezamos os ratinhos, mas somos exatamente iguais a eles, pesquisas sobradas confirmam isso.

Você já observou um desses programas tipo BBB? Quando o que acontece não nos envolve tiramos de letra, não é assim que se diz ali na rodoviária? Mas e quando o bicho vem para o nosso lado?

A partir daí é salve-se quem puder, não há mais amigos, não há mais gentilezas, vai para o “paredão” o primeiro que significar salvação para nós. Exatamente o que acontece nos casamentos.

As graças nos casamentos duram até enquanto estamos sendo “bem servidos”, não sendo assim é feita a mala e o “prejudicado” dá um jeito de cair fora. Não é por outra razão que esses programas tipo BBB ou A Fazenda têm tanta audiência, nós nos vemos neles.

Nós todos, sem exceção, que não me venha uma santinha ou um santo do pau oco dizer que não é assim, não comigo… Vivemos num paredão, queremos os outros no paredão, é o que dizem os programas de TV ou nos manda dizer a tia “Quarentena”…

Modernos

Sabe-se de há muito que o povo gosta de luxo, quem gosta de miséria é intelectual… Isso deve valer para as TVs, devem ser exemplares, limpas, linguagem elevada, gente bem apessoada, mas…

Entra um canal “internacional” no ar e apresentadoras são chamadas por apelidos, uma é Mona, outra é Ju, o ministro passa um “pito”, o deputado tirou um “sarro” do presidente, e o “cara” disse, o cara falou… OFF.

Exemplo

O jornal gaúcho afirmava: – “Quem se veste bem ganha ponto”. Reportagem sobre mercado de trabalho.

Mas é claro que quem cuida da “embalagem” do seu produto pessoal vai mais longe. Cuidará também, é óbvio, de outras questões.

E “produtos” bem embalados e bem produzidos em qualidade “vendem” mais… O que mais se vê, todavia, são “produtos humanos” molambentos. Rua!

Falta dizer

Diz um médico, falando sobre infecções e doenças que estão matando a humanidade, que muito dessa fragilidade humana destes dias vem do consumo de carnes.

Os bichos são forçados a crescer e engordar rapidamente, e para isso lhes são dados “alimentos” tóxicos, que vão chegar aos consumidores. Novidade? Bolas, ingênuos não entram no céu, morrem mais cedo…

 

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