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“Não vai ficar assim”

Por: Luiz Carlos Prates

25/08/2018 - 12:08

Eu estava querendo ficar chateado, sem graça mesmo. Sabes quando nos bate aquele banzo sem uma razão muito especial? Era assim que eu me começava a sentir.

– “Não pode, “seo” Prates”, disse a mim mesmo. E fui achar o que fazer. Fui aos meus arquivos temáticos, onde tenho guardadas reportagens e artigos de todos os tipos, para o que der e vier… Fui procurar uma história positiva que me desse um empurrão. Achei. Li, reli e saí esfregando as mãos, pronto para a luta. Vou lhe resumir a história.

História de um cidadão japonês que veio faz muitos anos para São Paulo. Yogami, o nome dele. Idade, 80 anos. Tudo ia bem para ele até que sua filha mais velha arrumou um namorado, um namorado francês. Sujeito bem-educado, próspero, bom partido, enfim, mas tinha um grande problema para o senhor Yogami: ele falava com a namorada, filha do senhor Yogami, em francês, e o idoso ficava sem entender nada. Isso o deixava inquieto, não engoliu aquela pílula e…

Matriculou-se num curso de francês, queria aprender francês para entender o namorado da filha, conversar com ele e não ficar a ver navios na sala enquanto os dois namoravam. A noticia conta que o velho “japa” aprendeu o francês que ele queria aprender. A notícia só não contou se o futuro genro gostou da iniciativa do sogro…

Achei extremamente motivadora essa história, porque é mais ou menos típica entre nós a frase gemida: – Ah, não tenho mais idade para isso, não tenho mais idade para aquilo… E o sujeito, ele ou ela, vai se entregando, isso quando já não se entrou há muito tempo.

Se um sujeito com 80 anos teve gana e inciativa para iniciar estudos numa língua estranha, por que nós não temos suporte para aguentar por algumas horas que seja uma dieta de que tanto precisamos? Ora, porque não estamos com a corda no pescoço, porque somos indolentes, desidiosos, porque não temos, enfim, uma causa desafiadora por que lutar.

Nossa cabeça nos dá um sinal de positivo quando temos alguma causa por que lutar e nela confiamos. O que nos derrota na vida são as desistências covardes, geralmente resultantes de uma vontade que se confunde com bolhas de sabão. Boa, “seo” Yogami. Eu estava sem fôlego, reli sua história e estou procurando o que fazer. Boa!

Elas

Assistindo na tevê ao programa O Mundo Visto de Cima, “conheci” nos detalhes a cidade portuguesa de Braga. Linda, histórica e… na praça central da cidade há uma estátua de São Longuinho (nunca tinha ouvido falar) e onde mulheres, turistas, do mundo dão em torno dela três voltas. Dizem que é tiro e queda para casar. Tontas. Mais tarde vão ranger dentes e dizer: – “Por que diachos fui dar aquelas malditas voltas, por quê”? Engraçado, não há estátuas desse tipo para homens…

Coach

Que país sem alma nem leis este nosso. Acabo de ver na televisão uma jovem mulher sendo anunciada como “coach” de carreira. Jovem, visivelmente vazia… Para que alguém seja coach precisa ter no mínimo 65 anos e 40 de carreira numa só atividade e ser pessoa plenamente capaz e realizada. Caso contrário é embuste/crime. Ponto e estamos conversados.

Falta dizer

Amar-se não significa comer todas as sobremesas da refeição, não significa mimar-se como uma criança boba. Amar-se é preservar a imagem pessoal e a cabeça em paz por boas ações, evitando as erradas. Ser honesto e viver dentro das leis da decência é o supremo amar-se a si mesmo. E não é redundância.

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Luiz Carlos Prates

Jornalista e psicólogo, palestrante há mais de 30 anos. Opina sobre assuntos polêmicos.